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terça-feira, 17 de julho de 2012
Etnobotânica e Etnofarmacologia !!
O termo “etnobotânica” foi utilizado pela primeira vez em 1896 pelo botânico americano William Harshberger para designar o estudo da relação entre os humanos e as plantas utilizadas por eles. Balick & Cox (1999), definem como sendo o campo de estudo que analisa o resultado da manipulação de plantas ou partes vegetais por culturas tradicionais, assim como, o contexto cultural em que cada planta é utilizada. Heinrichet al.(2004) definem etnobotânica como a "ciência que estuda a relação entre humanos e plantas em toda sua complexidade, e é baseada geralmente na observação detalhada e estudo do uso que uma sociedade faz das plantas, incluindo as crenças e práticas culturais associadas com este uso. Foca não somente as plantas medicinais, mas também outros produtos derivados da natureza, como: alimentos, plantas utilizadas em rituais, corantes, fibras, venenos, fertilizantes, materiais de construção para casas, barcos, ornamentos, óleos, etc.”
Os estudos etnobotânicoss podem ter várias aplicações, entre elas:
valorização da diversidade cultural e vegetal;
resgate, valorização e entendimento sobre as dinâmicas do conhecimento tradicional a respeito da utilização da flora;
conservação da flora;
desenvolvimento científico e tecnológico baseado na diversidade e potencialidade vegetal;
A etnobotânica possibilita a compreensão da estrutura lógica da relação entre homens e a flora que o cerca. Por estudar a concepção humana sobre as plantas e suas relações, é uma importante forma de conservação da integridade e conhecimento das comunidades tradicionais. O Brasil é considerado um dos sete países com os maiores índices de biodiversidade, sendo o primeiro do ranking quanto ao número de plantas superiores, além de ser um país com diversas etnias indígenas e culturas que englobam: populações de quilombolas, afro-brasileirios, caiçaras, ribeirinhos, jangadeiros, dentre outras.
A etnofarmacologia é uma disciplina recente no meio acadêmico. Embora o termoetnofarmacologiatenha aparecido pela primeira vez durante o evento realizado em 1967,“Ethnopharmacological search for new psychoactive drugs”,a “idéia” dessa disciplina já havia sido apresentada em 1924 por Louis Lewin na sua obra intitulada PHANTASTICA. Originalmente, a etnofarmacologia era definida como uma ciência que procurava entender o universo dos recursos naturais (plantas, animais e minerais) utilizados como drogas sob a ótica de grupos humanos. No entanto, ao longo do tempo esta disciplina evoluiu, sendo definida por Bruhn & Holmsted (1981) como:
“Exploração científica interdisciplinar de agentes biologicamente ativos, tradicionalmente empregados ou observados pelo homem”.
Os estudos etnofarmacológicos podem ter várias aplicações, entre elas:
valorização da diversidade cultural;
resgate e valorização do conhecimento tradicional a respeito da utilização medicinal dos recursos naturais;
entendimento sobre as dinâmicas do conhecimento tradicional;
desenvolvimento científico e tecnológico de medicamentos;
Um dos critérios utilizados pelos laboratórios farmacêuticos/universidades na seleção de recursos naturais visando o desenvolvimento de novas drogas é a utilização de dados de levantamentos etnofarmacológicos, sobretudo aqueles realizados em países tropicais, por apresentarem altas taxas de biodiversidade e endemismo. Alguns levantamentos etnofarmacológicos têm sido realizados nos diversos biomas brasileiros, podendo ser utilizados no desenvolvimento de novas drogas.
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