Marcelo D2, Damian Marley e Odd Future foram alguns dos artistas que defenderam a legalização da maconha em suas apresentações no festival de música SWU, realizado neste feriado em Paulínia. Mas não foi só nos palcos, e entre o público dos shows – a partir da infalível máxima “aglomerou, legalizou” que a erva foi assunto no festival. Inspirados no crescente estado de exceção vigorante em todo país, seja na Rocinha seja na USP, a segurança do evento passou a revistar barracas e mochilas em busca da erva, ao que, como também tem sido praxe, felizmente, houve reação. E vitória, como sempre também. Confiram algumas reportagens publicadas na mídia sobre o tema.
No SWU, conferimos o ‘jeitinho brasileiro’ da ‘turma do vapor’
Jornal do Brasil
Heloisa Tolipan
Como os membros da ‘tribo do cachimbo da paz’ conseguem garantir sua ‘diversão’?
Nessa Terra Brasilis, batemos no peito para dizer que somos o povo que arruma uma maneira de resolver todo e qualquer problema. É o mundialmente reconhecido e estudado ‘jeitinho brasileiro’. Pois foi justamente ele que veio à nossa cabeça quando começamos a sentir o cheiro suspeito que se mesclou ao aroma da chuva que caiu no segundo dia de SWU. Ele mesmo, o de cannabis sativa queimada. Ou, para sermos mais claros, o cheiro dos cigarros de maconha. Dentre os fumantes que encontramos (que tiveram seus nomes alterados), a técnica de esconder a erva ou o cigarro pronto dentro da cueca é quase unânime para passar incólume pela segurança. “A revista é bem fraca, mas mesmo se fosse mais intensa, o baseado é tão pequeno que é difícil de achar”, explicou Diego, de 22 anos.
UOL entretenimento, sobre show de Marcelo D2:
“Depois do folk de Michael Franti e do reggae do Soja, Marcelo D2 trouxe de volta à programação do SWU o rap e o hip-hop, que já haviam chegado com Emicida no início da tarde. Entre uma forte ventania que chegou ao Parque Brasil 500, em Paulínia, D2 começou seu show pouco depois das 18h com mensagens sobre legalização da maconha. “Eu nasci no subúrbio do Rio de Janeiro, lutamos pela legalização da maconha, pela liberdade de expressão”, disse.”
G1 sobre show de Odd Future:
O show do coletivo de rap no SWU foi enérgico e cheio de macaquices de seus cinco integrantes. O líder Tyler, the Creator, inclusive, mostrou porque é considerado um garoto problema: ao beber uma água engarrafada – brasileira -, fez cara de nojo, cuspiu-a fora e pediu para a produção retirar todas as garrafas do palco. Em outro momento, um segurança do grupo empurrou um segurança da produção que havia retirado um cigarro de maconha de um homem no público. “Vocês fumam marijuana?”, perguntou Domo Genesis logo em seguida. Foi a deixa para uns baseados começarem a serem acesos.
Folha Online sobre show de Damian Marley:
Algumas parcas citações de clássicos (como “Exodus” e “Police and Thieves”, de Junior Murvin e Lee Perry) no meio de outras canções também foram notadas. O público -que, em sua maioria, não havia nem nascido quando Bob Marley morreu, há 30 anos- assistiu ao show com respeito e num clima “campus da USP antes da polícia” (a liberdade para fumar maconha nesse primeiro dia foi incomparávelmente maior do que no SWU passado).
Acostumado a circular entre famosos graças ao sobrenome (recentemente entrou para o projeto SuperHeavy, com Mick Jagger e Joss Stone), Damian aproveitou para contar a história da canção que fez com o astro pop Bruno Mars (“Ele me chamou para um drinque e eu disse, ‘não, Bruno, vamos fumar marijuana’”) – não que alguém tenha se importado.]
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Maconha no SWU? No Camarim Pode, na Pista Não! [Fumosos 142#]
O festival que nasceu com a falácia publicitária de ser Woodstock do século 21 vem mostrando que não tem nada de libertário. Na verdade, as notícias indicam que a organização do SWU está muito mais ligada ao proibicionismo e a tolerância zero com drogas ilícitas. E vale lembrar que eles também são patrocinados por uma famosa marca de cerveja (a mesma do Rock in Rio).
Como de costume a repressão foi feita apenas na parte mais frágil desta estrutura de entretenimento. Na tarde do último domingo o clima na área de camping ficou tenso quando seguranças começaram a revistar as barracas em busca da erva proibida. Não muito longe dali, nos camarins do SWU, a maconha era queimada por artistas que batem no peito para afirmar que são apreciadores da maconha.
Antes mesmo de subir ao palco Snoop Dogg avisou aos jornalistas que pretendia soltar umas baforadas na frente do público. Já o camarada Marcelo D2 se apresentou a plateia dizendo que “Sou do subúrbio do Rio de Janeiro, lutamos pela legalização da maconha e pela liberdade de expressão”.
Já galera do Odd Future Wolf Gang Kill Them Al comprou a briga contra a repressão e interrompeu o show para criticar um segurança que tomava a maconha de um jovem da plateia. Ao perguntar no microfone ” “Vocês fumam marijuana?”, Tyler, the Creator obteve como resposta uma grande quantidade de baseados sendo acesos simultaneamente.
A noite do último sábado ainda teve show do SOJA e Damian Marley, que dispensam apresentações sobre a ligação íntima com a cultura canábica. De saldo, a organização do SWU deixou de saldo a mensagem que a lei não se aplica de forma igualitária para todos.
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