Fonte : Hempadão
por Fernando Beserra
Vamos tratar hoje de uma experiência que não tive o prazer de ter, a telepatia, embora conheça um número de pessoas altamente confiáveis que já passaram por ela. Passaram inclusive por experiências mais claras do que as citadas pela Krystle Cole em mais uma parte do seu livro: “Neurosoup trip guide”.
A experiência com telepatia já foi discutida no campo da psicologia, mas é um fenômeno que de fato quebra uma série de alicerces do pensamento atual das ciências e só pode ser considerado em seriedade se o pesquisador tiver um alto grau de abertura para a desconstrução de paradigmas. Vamos então ao capítulo e, quem sabe, em um futuro breve podemos criar mais um post sobre o assunto aqui no Hempadão trazendo dados científicos significativos sobre a telepatia e sua relação com os estados alternativos de consciência.
Telepatia
Telepatia é um dos mais agradáveis espaços mentais enteogênicos. Telepatia é a transferência de informação, pensamentos ou sentimentos entre indivíduos por meios outros que os cinco clássicos sentidos. Eu tentarei meu melhor para explicar como isso parece para mim:
Primeiro, se parece como pensar consigo mesmo. Notam-se os aspectos do processo que você experiência ao mesmo tempo. Você experiência seus cinco sentidos enquanto ouve sua própria voz na sua cabeça. Você também pode simultaneamente ver visualizações como sonhos lúcidos ou memórias. Pode mesmo ter uma música de pano de fundo (como quando você tem um som preso em sua cabeça). Pense também em toda vibração neural, memórias e informação que você guardou em seu cérebro que você pode facilmente não pensar sobre. Você aprendeu a centrar seus pensamentos em um conjunto de ideias por vez. Todo esse processo parece tão automático porque você tem feito isso toda sua vida.
Segundo, imagine outras pessoas pensando por si-mesmas. Eles têm o mesmo material se passando dentro de suas cabeças como você tem. Eles experienciam seus cinco sentidos, ouvem suas próprias vozes, tem visualizações/sonhos lúcidos, e automaticamente acalmando as não desejadas vibrações neurais/memórias.
Terceiro, imagina que sua alma e a alma deles combinam. Entretanto, vocês ainda retêm seus sensos de si-mesmos. Então agora você experiência todas as coisas que normalmente vem a sua cabeça com todas as coisas que normalmente vêm a cabeça deles. Mantenha na mente que você está “viajando” (tripping) com mais de quatro pessoas, então nenhum dos seus pensamentos/sentimentos são mais realmente normais. Você sente-se confuso e exultante. Enquanto você experiência o pensamento dos outros, você também experiência seus cinco sentidos, imagens/visões, memórias e vibrações neurais. É muito difícil centrar a si-mesmo com os processos de pensamento deles. O que quero dizer é que é difícil controlar que memórias deles você pode experienciar e difícil integrar os sentimentos dos cinco sentidos deles com seus próprios. Também, há um sentimento de descrença. Isso pode realmente estar acontecendo, estamos nos alucinógenos afinal? Então vocês tentam testar isso. De novo e de novo. Cada vez você prova que isso está realmente acontecendo, mas você continua tendo dúvidas. Então você teste mais vezes. E durante toda experiência vocês movem para dentro e para fora da divinidade como se estivesse flutuando na borda disso.
A seguir duas descrições de experiências do Moloko com telepatia. A primeira foi durante uma viagem com um cactus fresco inteiro (variedade com mescalina), batida no liquidificador com sorvete de baunilha. “Esse aspecto é telepático: ‘amplificação psíquica’. Vou contar isso. É quando você está em um grupo coeso de “viajantes” e vocês estão todos viajando juntos. Você sente o sentimento de suas experiências enteogênicas, e eles também estão sentindo sua experiência enteogênica – então o que você está sentindo torna-se engrandecido pela experiência comunal de grupo; que é como um acontecimento único, maior do que apenas sua própria percepção. É completamente não-verbal. Você não está exatamente sentindo o pensamento do outro. Vocês estão apenas sentindo todos juntos os aspectos básicos da experiência enteogênica – atemporalidade, sacralidade, absoluta resolução de todos os paradoxos da vida, absolutos de todos os tipos – verdade, beleza, harmonia, euforia, unidade (meu keybord não tem símbolo para o infinito). A essência de uma experiência de grupo enteogênica é indescritível, como a experiência enteogênica ela mesma, não há modo das palavras poderem expressar isso. A soma de viagens (bem sucedidas) de grupo é maior que os indivíduos envolvidos. É uma ‘amplificação psíquica’ via telepatia indo para fora dos mapas para o infinito. Eu recomendo isso em alto grau”.
A segunda experiência de Moloko foi durante uma viagem com salvia fresca, mastigada (não engolida). “A viagem começou com ‘os outros’ (um grupo de altos seres etéreos). Nenhuma palavra usada, apenas pensamento. Eles perguntaram, ‘O que você quer’ – Eu perguntei, ‘Eu estou com risco de morte?’ – Eles responderam, ‘Sim.’ Eu disse, ‘O que eu faço para parar isso?’ Eles responderam, ‘Nos não podemos dizer para você, mas é preciso haver uma mudança.’ Eu perguntei, ‘Mas o que isso significa... Eu não entendi?’ Eles disseram, ‘É preciso haver uma mudança. E agora nós vamos’... Fim da viagem. No dia seguinte (na realidade) um amigo telefona e diz, ‘Eu sei que deveria ligar para você. Não liguei em um ano, mas eu sinto algo importante agora.’ E já que ele é um xamã (medicine man) Chippewa, eu creio que ele saiba algo. Então, ele me diz para, ‘fazer uma oferenda. Coloque em um prato. Vá para as florestas. Queime algum incense. Diga uma oração. Então saia. ‘MAS NÃO OLHA PARA TRÁS! ISSO É IMPORTANTE! O QUE QUER QUE FAÇA, NÃO OLHE PARA TRÁS!”. A oferenda foi uma ‘troca’ dos ‘outros’. Meu amigo estava subliminarmente alertado pela telepatia durante minha viagem. Embora eu não tenha pensado nele, o sinal de distresse (estresse negativo) e a necessidade de uma solução foram comunicados involuntariamente”.
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