Mito 1: A Maconha é uma droga altamente perigosa
Em qualquer discussão sobre maconha deve-se lembrar que inúmeros relatórios e estudos já concluíram que a Cannabis não apresenta grande risco à sociedade. Entre o centros de pesquisa que se preocuparam com o assunto podemos citar a Academia Americana de Ciências; a Comissão Americana sobre Abuso de Drogas, a Comissão de Inquérito do Governo Canadense, o Comitê Consultivo de Dependência de Drogas da Inglaterra, a Zona Militar de Investigação do Canal do Panamá e a Comissão Superior de Drogas Derivadas do Cânhamo na Inglaterra.
De vez em quando alguma “nova evidência” mostrando que a maconha se tronou mais potente desde os anos 60’s brota na mídia. Mas o fato é que as últimas pesquisas cada vez mais reforçam que a maconha é segura, refutando as alegações de que ela prejudica a gravidez, causa danos ao cérebro, reduz a testosterona ou piora o quadro de abuso de drogas.
Mito 2: A Maconha é inofensiva
Assim como a maioria dos especialistas concordam que o uso eventual e moderado da Cannabis não traz riscos à saúde, eles também concordam que abuso da substância pode causar danos.
Pesquisas revelam que os dois maiores riscos causados pelo uso excessivo de maconha são o desenvolvimento de doenças respiratórias e a sujeição a ferimentos acidentais, devido à redução dos reflexos motores.
Maconha e o fumo:
Apesar de não existir trabalho epidemiológico suficiente para resolver a questão definitivamente, acredita-se amplamente que fumar maconha pode provocar câncer. Alguns especialistas reportaram uma incidência maior do que o esperado de células cancerígenas na garganta, pescoço e língua de jovens que apenas fumavam maconha.
Em relação ao câncer de pulmão, nada foi ainda conclusivamente provado, apesar disso as suspeitas de que a maconha também pode provocar este tipo de câncer são grandes.
Mito 3: Ninguém jamais morreu por causa do uso de Maconha
Um estudo feito pelo Instituto Kaiser descobriu que usuários que consomem a droga diariamente aumentam em 30% o risco de ferimentos acidentais. Esses números são significativos, embora não se comparem aos perigos provenientes do álcool e do tabaco.
Mesmo assim é importante estar informado sobre ambos os lados do problema. Usuários de maconha devem ser alertados de que o maior perigo de fumantes moderados são os acidentes. Em alguns casos, usuários sob o efeito da droga estão sujeitos a acidentes de carro e atropelamentos, que podem levar à morte. Além disso, é claro, os efeitos psicoativos da Cannabis pode causar impactos na performance, no trabalho, na escola e na produtividade do indivíduo.
Mito 4: Maconha representa um alto risco à segurança no trânsito
Um corpo crescente de estudo indica que a Cannabis representa muito menos risco para o trânsito que o álcool. Várias pesquisas descobriram que mais da metade dos acidentes fatais na estrada envolviam motoristas alcoolizados. Em contrapartida, apenas 20% dos acidentes graves envolviam motoristas sob efeito do THC, principal componente psicoativo da Cannabis. Os mesmos estudos mostraram, ainda, que um percentual entre 70% e 90% destes motoristas, além de fumarem maconha também estavam alcoolizados. Isso significa que os efeitos da Cannabis por si só não representa risco maior ao trânsito. Por outro lado, a combinação álcool e maconha é altamente perigosa.
No consenso geral, as pesquisas sugeriram que quantidades pequenas de THC eventualmente ingeridas podem até melhorar a concentração no trânsito. Entretanto, este resultado não é o mais verdadeiro na maioria dos casos.
Mito 5: Os efeitos de um simples baseado podem durar dias ou semanas
Enquanto o THC e outros canabinóides se dissolvem naturalmente pelo corpo após um longo período, seus efeitos não afetam o comportamento além de algumas horas, a não ser em usuários crônicos. Estudos mostram que os efeitos provenientes da utilização da Cannabis duram entre duas e seis horas, comumente mais fugazes que o álcool.
Usuários crônicos podem experimentar efeitos de tempo mais prolongado devido ao acúmulo de canabinóides nos tecidos. Alguns usuários pesados de maconha reportaram continuar sentido os efeitos da droga por semanas ou meses após a interrupção do uso. De qualquer maneira, não existem evidências de que estes efeitos são prejudiciais à segurança do indivíduo.
Mito 6: Hoje, a maconha é 10 vezes mais potente e perigosa que nos anos 1960
A noção de que a maconha aumentou dramaticamente sua potência é um mito baseado em uma pesquisa realizada pelo governo americano em que se comparou amostras atuais do produto com outras consumidas regularmente na década de 1960 e 70. Porém os pesquisadores utilizaram amostras apreendidas e guardadas nos cofres policiais desde aquela época, ou seja, fora da data de validade e armazenada em condições impróprias. Seu potencial psicoativo, logo, tinha se deteriorado.
Um exame mais cuidadoso das informações do governo mostra que houve um crescimento imperceptível do potencial médio da maconha em relação aos anos 1970, e desde então se mantém mais ou menos constante.
Ao contrário do que pensa a população, o potencial psicoativo da planta não implica necessariamente em aumento da sua periculosidade. Esse é um julgamento pessoal em que o usuário deve ajustar o uso de acordo com a sua tolerância. Porém, a droga de boa qualidade é efetivamente mais saudável aos pulmões já que, por ser mais concentrada, reduz a quantidade de fumaça inalada pelo usuário para atingir seu objetivo.
Mito 7: Maconha mata as células cerebrais
Este mito veio de uma pesquisa realizada com alguns animais em que mudanças estruturais foram observadas nas células cerebrais dos animais que foram expostos a altas doses de maconha. Estes estudos jamais foram replicados e foram desacreditados por duas outras pesquisas melhor controladas e com um número maior de macacos. Em nenhuma delas foi encontrado evidência de alteração física no cérebro dos animais expostos a doses diárias de THC durante um ano.
Estudos realizados com humanos, utilizando usuários crônicos da Jamaica e Costa Rica também não identificaram nenhuma pista que indicasse anormalidades na fisiologia cerebral. Apenas observou que em usuários pesados, poderia acontecer a perda constante da memória recente passadas 6 a 12 semanas de abstinência. O que difere a maconha de outras drogas, inclusive do álcool, o qual é provado causar sérios danos ao cérebro.
Mito 8: Maconha causa infertilidade e diminui a testosterona
Especialistas americanos admitem que a maconha não possui efeitos permanentes sobre o sistema reprodutivo do homem ou da mulher. Algumas pesquisas sugeriram no passado que usuários crônicos poderiam apresentar impotência sexual. Esses estudos já foram refutados por pesquisas mais recentes. Também já se falou que fumantes regulares de Cannabis podem ter reduzida sua quantidade de esperma, o que novamente foi descartado por estudos mais aprofundados, os quais não apontaram nenhuma relação entre o consumo da planta e o sistema reprodutivo humano.
Todavia, pouco se sabe sobre os efeitos da Cannabis no organismo feminino. Experiências com animais insinuaram que maconha pode diminuir a fertilidade temporariamente ou aumentar o risco de aborto, mas esse resultado não foi comprovado em humanos. Um estudo realizado em seres humanos indicaram uma razoável interrupção da ovulação. Porém, nenhum caso de infertilidade foi observado em humanos de ambos os sexos.
Mito 9: Maconha provoca deformações no feto
Enquanto médicos não recomendam nenhuma droga durante a gravidez, existem poucas evidências de que a maconha implica em dano ao feto, diferentemente do álcool, da cocaína e do tabaco. Estudos epidemiológicos não descobriram nenhuma ligação entre a maconha e a deformação de fetos humanos.
Apesar disso, as pesquisas indicam que o uso de maconha durante a gravidez está associado a uma leve redução de peso e estatura fetal. Esses resultados foram extraídos de 3 estudos, criticados posteriormente. Recentemente foram divulgadas pesquisas que revelaram que a Cannabis tem efeitos positivos no peso do feto durante os terceiro trimestre de gravidez e nenhuma consequência comportamental adversa. O mesmo estudo detectou uma imperceptível redução no tamanho do embrião durante os dois primeiros meses de gravidez quando exposto às substâncias psicoativas.
Uma outra pesquisa envolvendo mulheres jamaicanas que fumaram maconha durante toda gravidez constatou que seus bebês registraram índices de desenvolvimento mais elevados passado 1 mês de nascidos, e não houve nenhuma alteração significativa em seu peso ou altura.
Mito 10: A Maconha danifica o sistema imunológico
Uma variedade de estudos indicam que o THC e outros canabinóides podem exercer, de forma moderada, efeitos imuno-supressivos reversíveis inibindo as células do sistema imunológico, conhecidas como linfócitos e macrófagos. Não se tem certeza, porém, se esses efeitos são importantes para a saúde humana, já que são baseados principalmente em estudos teóricos ou laboratoriais.
Há uma exceção em relação aos pulmões, onde fumantes crônicos apresentaram problemas nas células imunológicas conhecidas como macrófagos alveolares e em outros mecanismos de defesa. Não está claro, porém, até que ponto estes danos são causados pelo THC, já que o fumo envolve outras toxinas, as quais poderiam ser filtradas por instrumentos próprios para este fim.
Também não existe razão para creditar que a Maconha poder ser prejudicial aos pacientes de AIDS. Pelo contrário, muitos desses pacientes relatam que a maconha os ajuda a prevenir a fatal Síndrome da Emaciação (ou enfraquecimento gradual), estimulando o apetite e reduzindo as náuseas. Canabinóides não necessariamente afetam as células imunológicas, as quais são esgotadas pelo HIV. Estudos epidemiológicos não apontaram nenhuma relação entre o uso de maconha ou outras drogas e o desenvolvimento da AIDS.
Mito 11: Maconha é a porta de entrada para outras drogas
Não existe evidência científica que afirme que a Maconha funciona como porta de entrada para outras drogas. Outras culturas estrangeiras, como alguns povos da Ásia, do Oriente Médio, África e América Latina, que fazem uso regular da Cannabis não demonstraram propensão à utilização de outras drogas. Esta teoria tomou forma nos anos 1960, quando a maconha a droga recreativa mais famosa do mundo. E foi refutada mais tarde, nos anos 1980, quando o abuso de cocaína estourou e o consumo de maconha declinou no mesmo período.
Como já foi notado, existem evidências de que a maconha substitui o consumo do álcool e de outras drogas mais “pesadas”. A única maneira da Maconha levar o usuário a experimentar outras substâncias é através do tráfico: pessoas que recorrem a traficantes para conseguir a droga, são persuadidas por esses marginais a consumirem outros tipos de alucinógenos.
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