Psicodélico: Filme Humboldt County (A Costa Perdida)

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Filme Humboldt County (A Costa Perdida)



 
 
Muito se discute sobre a legalização da maconha, mesmo sendo comprovado que é uma planta benéfica para a saúde, ajudando inclusive no tratamento do câncer, as pessoas tendem a associá-la a drogas mais pesadas. Incluindo aquela dita frase de que a planta é a porta de entrada para outras drogas, o único vínculo que ela tem com as outras é que é vendida nos mesmos lugares. É preciso desmistificar muitas coisas em relação a maconha, e mudar a educação de uma sociedade que faz tudo errado. Humboldt County é o nome do filme, mas também dá nome a um lugar que fica ao norte da Califórnia, mais conhecida como a "Costa Perdida" e é lá que acontece a história que vai muito além de usar ou não usar a bendita Cannabis Sativa.
Peter Hadley (Jeremy Strong), um promissor mas desiludido estudante de medicina desacreditado pelo seu professor e também pai acaba certa noite conhecendo uma garota que o faz viajar com ela até o distrito chamado Humboldt County, uma comunidade de fazendeiros plantadores de maconha e uma hospitaleira porém excêntrica família. Peter é um jovem que foi criado todo certinho por um pai que só pensa em trabalho, dessa maneira apenas seguiu o caminho que seu pai escolheu pra ele, mas algo mudará em sua vida a partir do momento que ele começa a conviver com a família e percebe que lá  se sente em casa, estranhamente em casa. Não se engane, não é uma comédia como tantas outras que tratam o assunto sempre de forma escrachada, mas sim, traz o tema com seriedade, nos faz refletir sobre escolhas e vontades, e como deixamos as oportunidades verdadeiras passarem na nossa frente sem nem ao menos perceber, porém, sempre podemos mudar os rumos de nossas vidas. 
Max (Chris Messina) é um dos personagens que nos pegam de jeito, seu modo de ver a vida já diz muito, ele planta para poder garantir o sustento de sua filha postiça, uma menina que cria com muito carinho. A comunidade tem o direito de cultivar, mas se plantar em demasia e a policia federal descobrir, eles acabam com tudo. Max é um homem bom, que sempre diz para Peter não levar a vida tão a sério, ele simplesmente mostra que a vida pode ser muito mais do que a enxergamos, e Peter diante daquele lugar majestoso entende que o que tinha antes não era uma vida, era uma rotina mecanizada, e nunca tinha se perguntado o que queria para si realmente. Lá perto da natureza e daquelas pessoas que também tem seus problemas, mas que mesmo assim nutrem carinho uns pelos outros, se importam pelo bem-estar, coisa que ele nunca teve com seu pai. Peter sem querer encontrou-se e conseguiu achar seu lugar. 
O filme está muito além do assunto de fumar ou não fumar maconha, é mostrado simplesmente como um hábito e uma cultura definida pelo local, que causa estranheza para as pessoas que veem isso como algo ruim. Por isso vale ressaltar o pensamento de que o homem não pode proibir o que a natureza fornece, mas existe uma lista de plantas proibidas, inclusive recentemente vi que a Anvisa também proibiu a planta chamada: Sálvia divinorum, com a alegação dos poderes psicoativos. Isso é ridiculo e uma política retrógrada, ao invés de avançar, recuam, além de ser um desrespeito com a individualidade e a liberdade de vida de cada um. 
Voltando a história do filme, ele é muito válido, pois mostra-se perspectivas diferentes, nos tiram do mundinho perfeito, regrado e hipócrita. Sabe aquele tipo de pessoa que precisamos medir palavras, agir de modo diferente para ser aceito? Pois é, nesse filme Peter descobre que existe um outro tipo de ser humano, o verdadeiro, que vive de acordo com o que sua mente e espirito pede. Pessoas de essência.
Às vezes os lugares em que menos esperamos é aquele que nos acolhe e nos dá vida novamente.

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