Artemísia absinthium
Absinto, losna, artemísia
Introdução
As propriedades aperitivas (estimulante do apetite), vermífugas e estomacais explicam o uso da planta no preparo do vermute e do licor de absinto, entretanto, vale lembrar que a presença de uma substância tóxica - a tuinona - pode produzir efeitos altamente perigosos. Em doses elevadas, os chás e outros preparados a partir desta planta podem provocar tremores, convulsões, tonturas e até delírios. No século XIX, registrou-se vários casos de intoxicações e até mortes provocadas pelo uso de um licor obtido pela maceração do absinto em álcool. Na maior parte das vezes, o licor de absinto era usado como alucinógeno e não com finalidades medicinais.
A "fada verde"
A matéria prima do absinto cresce na Europa, Ásia e África, em locais secos, entre as associações herbáceas, como erva daninha. A Artemísia Absinthium L. Compositae (Asteraceae) – wormwood, em inglês, é uma erva que tem a tuiona, parente da cannabis, que supostamente opera efeitos alucinógenos em quem ingere.
Para colher as folhas, corta-se o caule a cerca de trinta centímetros do topo. Arrancam-se ao mesmo tempo as folhas da roseta e do resto do caule. A principal substância ativa é um óleo (Oleum absinthii) que contém tuiona e tuiol, um suco amargo, a absintina, ácidos orgânicos e taninos. As partes ativas são muito amargas. São utilizadas em tratamentos internos para estimular o apetite, a secreção dos sucos gástricos e da bílis, contra as cólicas intestinais e os parasitas intestinais (como estomáquico, amargo e colagogo).
Então é preparada uma infusão à razão de uma ou duas colheres de café de caules cortados por uma xícara de água ou diretamente o pó na dose de um grama três vezes por dia.
O uso crônico do Absinto produz uma síndrome chamada de Absintismo, que é caracterizada por dependência (adição), hiperexcitabilidade e alucinações.
A Artemisia absinthium e a Artemisia pontica são as principais fontes de thujona nas bebidas preparadas e chamadas de Absinto. Um monoterpeno que é considerado um convulsivante com mecanismos de ação similares ao Tetrahydrocannabinol (componente ativo da Maconha). Porém ainda permanecem algumas dúvidas sobre todos os componentes ativos do Absinto.
A Suíça foi o primeiro país a proibir a fabricação e o consumo do absinto, alegando que a bebida provocava alucinações e ímpetos criminosos. A França tomou as mesmas providências em 1915 depois de ver seus exércitos sofrerem baixas terríveis durante a I Guerra Mundial. O culpado era, claro, o absinto. Os Estados Unidos vieram em seguida, e outros países se uniram contra a bebida maldita. Era o fim da fada verde e de um tempo de poesia que a guerra sepultou.
A mais nova pesquisa sobre os efeitos do absinto na mente foi divulgada pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, Estados Unidos. Os pesquisadores concluíram que o componente químico alfa-tuiona, principal componente tóxico da bebida, bloqueia um receptor que, em circunstâncias normais, inibe a excitação das células do cérebro, regulando o fluxo de íons de cloro. Quando esse receptor está bloqueado pela bebida as células permanecem excitadas, gerando um estado de euforia.
Hipócrates, o pai da medicina, costumava receitar uma planta chamada Artemisia absinthium para tratar anemia, asma, reumatismo e cólicas menstruais. Em 1792, um médico francês de nome Pierre Ordinaire se surpreendeu ao encontrar, nos campos suíços, a famosa espécie que aparecia em seus livros. Começou a fabricar uma poção composta por 16 ervas, dentre as quais camomila, melissa e anis. Como a principal era o absinto, seu nome foi dado à droga. Não demorou para Ordinaire descobrir que o efeito da mistura poderia ser potencializado em solução alcoólica. Mais precisamente 70% de álcool e 30% da infusão de ervas compunham o elixir.
A combinação entre a dosagem de álcool e as substâncias presentes nesta planta pode ser perigosa e, por essa razão, a maioria dos especialistas costuma recomendar o uso da losna ou absinto na forma de infusão (no máximo duas xícaras de chá ao dia) e evitar a extração do sumo por maceração. Planta pertencente à família das Compostas, originária da Europa, a losna (Artemisia absinthium L.) é uma planta herbácea, perene (cultivada muitas vezes como anual), que alcança de 1 a 1,20 m. de altura. Produz folhas recortadas, de coloração verde-acinzentada e flores amarelas, bem miúdas e reunidas em pequenos cachos.
Em algumas regiões do Brasil a floração da planta é difícil, principalmente em locais muito quentes ou com sol intenso; por isso, para finalidades medicinais costuma-se utilizar mais as folhas do que as flores. Também é muito importante lembrar que a losna ou absinto (Artemisia absinthium L.) não deve ser confundida com outra planta muito conhecida: o abrótano (Artemisia abrotanum L.) que apresenta folhas mais finas e sabor agradável.
Se a finalidade da colheita for as folhas, deve-se retirá-las aos primeiros sinais da formação dos futuros órgãos de reprodução, para evitar a perda dos princípios ativos. Caso a finalidade seja obter as flores, a colheita deve ser realizada assim que estas começam a se formar, pois a planta permanece florida por cerca de sete dias e, após esse período, as flores se tornam muito sensíveis, desmanchando-se e caindo com facilidade. Para melhor conservação, a losna pode ser armazenada seca: coloque as folhas e flores estendidas em local ventilado, longe da exposição aos raios solares e depois guarde em caixas de madeira, de preferência.
Os componentes responsáveis pelo uso medicinal da losna ou absinto são: um óleo essencial (vermífugo e emenagogo), absintina (responsável pelo sabor amargo), resinas, tanino, ácidos e nitratos. Como planta digestiva e aperitiva, sua ação se dá pelo estímulo à salivação e à produção de sucos gástricos e, por essa mesma razão, não é recomendada para pessoas que apresentam problemas como úlceras e gastrite. Usada corretamente e sem excessos, a infusão da losna pode aumentar a secreção biliar, favorecendo o funcionamento do fígado e, ingerida meia hora antes da refeição, pode agir como estimulante do apetite e auxiliar da digestão. Quanto aos cuidados, não é recomendável o uso por mulheres grávidas e crianças. Além disso, a maceração da planta com álcool, segundo alguns estudos já realizados, apresenta graves perigos, podendo provocar dependência, alucinações e convulsões.
Propriedades medicinais: abortiva, afrodisíaca, amargo, antidiabética, antidiarréica, antidisentérica, antiemética, antiespasmódico, antifebril, antigripal, anti-helmíntica, anti-hidrópica, anti-histérica, anti-séptica, aperiente, antipirética, colagogo, digestiva, emenagoga, estimulante, estomacal, eupéptica, febrífuga, fortificante, hepática, psicoestimulante, repelente de piolho, tônica, vermífuga
Nenhum comentário:
Postar um comentário