Psicodélico: Agentes federais ocupam 'faculdade da maconha' na Califórnia

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Agentes federais ocupam 'faculdade da maconha' na Califórnia

Agentes federais dos EUA ocuparam nesta segunda-feira uma faculdade da Califórnia que ensinava a cultivar maconha, como parte da repressão governamental ao uso médico da droga.

As operações na Universidade Oaksterdam, em Oakland, e outros locais não-especificados foram realizadas em cumprimento a ordem expedida por um juiz anônimo, segundo Joycelyn Barnes, agente especial do DEA (agência federal antidrogas) em San Francisco.

Além de agentes do DEA, participaram da operação também fiscais da IRS (Receita Federal dos EUA) e oficiais de Justiça.


Robert Galbraith - 30.jun.10/Reuters
Richard Lee, fundador da 'universidade da maconha', está desaparecido após operação do FBI em Oakland
Richard Lee, fundador da 'universidade da maconha', está desaparecido após operação do FBI em Oakland

Ela não quis comentar os motivos ou detalhes da operação, e disse que não há previsão de que prisões sejam feitas.

"Isso é apenas parte de três agências combinando recursos para investigar a criminalidade que envolve a maconha", disse ela à Reuters.

No mês passado, o jornal "Sacramento Bee" informou que a procura de alunos pela faculdade diminuiu fortemente desde que o governo federal começou a fiscalizar com mais vigor os estabelecimentos que vendem maconha sob prescrição médica e as instalações de cultivo.

A Califórnia e outros Estados dos EUA autorizam o consumo de maconha para fins médicos, mas nos últimos meses o governo federal tem fechado estabelecimentos que usavam a questão medicinal como fachada para o narcotráfico.

A Oaksterdam, que oferece cursos de cultivo de maconha e carreiras relacionadas, tem aulas nas manhãs de quarta-feira e em um final de semana por mês.

FUNDADOR

Salwa Ibrahim, assistente de Richard Lee, fundador da instituição, disse que o paradeiro dele é desconhecido, e não quis comentar a ação policial. "Uma coisa meio chata", limitou-se a dizer.

A entrada da faculdade ficou bloqueada com fitas pretas e amarelas, e do lado de fora dezenas de pessoas seguravam cartazes protestando contra a interferência federal e defendendo o uso médico da maconha.

Michael Little Bear, 50 anos, um trabalhador braçal em licença devido a um problema nas costas, disse que vinha assistindo às aulas da disciplina "Horticultura 2".

"Experimentei (maconha) e funcionou (contra a dor). Então o próximo passo foi que eu queria fazê-la. Há uma bondade aqui (...). Eles ensinam o jeito certo de fazer as coisas."

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