A descriminalização da maconha é uma dos temas debatidos atualmente em todo o mundo. Mesmo polêmica, a tendência é que se descriminalize o seu uso e comece um novo paradigma, quando a questão é o abuso das substâncias chamadas entorpecentes.
Uma das grandes preocupações dos proibicionistas é o aumento dos consumidores de maconha. A priori, não teríamos como afirmar isto antes de uma possível descriminalização, isso, porque enquanto a droga for proibida e houver todo este estigma contra o usuário, dificilmente teremos como avaliar quantitativamente este grupo.
Coisa parecida acontece com os homossexuais, já que com a descriminação, até pouco tempo vários se escondiam e não tinham coragem de revelar a sua sexualidade. Com a questão da maconha, enquanto não for pelo menos descriminalizada, ou seja, longe de sanções criminais, não teremos de fato embasamento para dizer se aumentaria ou não o número de usuários.
O que se sabe, é que ao contrário que a bancada evangélica do Senado prega e alguns proibicionistas e conservadores, países que adotaram uma política mais branda em relação à maconha, não tiveram um aumento de usuários, e sim uma manutenção do mesmo. O que se houve de fato, foi uma diminuição em usuários de drogas pesadas, crimes violentos, roubos e até mesmo de suicídios, vide Holanda, República Tcheca, Espanha, Suíça, Alemanha, entre outros que adotaram esta prática.
Outra tática usada pelos proibicionistas é dizer que com o acesso legalizado da maconha, crianças poderiam começar a se utilizar de cannabis indevidamente. Ora essa, todas as pessoas que são sérias e discutem o tema seriamente, concordam que maconha não é para adolescente e muito menos para criança, contudo, isto não pode ser motivo para que se proíba uma planta e criminalize os seus usuários. Seria a mesma coisa que dizer que um adulto não possa comer carne, porque um bebê ainda não tem dentes para mastigá-la.
Manter as crianças longe de coisas perigosas, ou que fazem mal à sua faixa etária são obrigações dos pais, familiares, da escola, do Estado. Não é minha responsabilidade ser exemplo para os filhos dos outros. Muito menos eu tenho que pagar a conta e ser criminalizado pelo hábito de fumar maconha, enquanto várias pessoas bebem, fuma tabaco, ingerem remédios tarja preta em nome do seu bem estar.
De fato, existe uma grande preocupação com as crianças, contudo, vale salientar, que este discurso de demonizar as drogas, já não atinge os adolescentes e jovens de hoje. Deve-se levar em consideração, que hoje uma pessoa tem diferentes fontes de informação e que a mesma chega a todo o momento. Chegou a hora de pararmos com os dramas e começarmos a trabalhar verdadeiramente, sem preconceito a questão das drogas. Chegou a hora de cairmos na real e admitirmos que o consumo de maconha e outras drogas existem e basta ao governantes escolherem o caminho: o das guerras, morte e troca de tiros, ou o da descriminalização, tratando o problema como de saúde e admitindo o conceito de redução de danos como principal ferramenta para esta questão!
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