Psicodélico: dezembro 2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Uruguai pode liberar plantio de maconha

Nosso país vizinho, o Uruguai, pode dar um importante passo em direção à uma política de drogas mais estruturada. O congresso uruguaio estuda liberar o plantio da maconha para consumo pessoal. Esta medida tem como objetivo pôr fim a uma contradição no país. Por lá não é crime consumir, mas comprar e vender cannabis, sim. Todos concordam que esta situação representa uma contradição e que algo, no sentido de acabar com tais problemas, deve ser pensado.

O debate sobre a mudança das regras que regulamentam a maconha e seu uso ganharam força no Uruguai após a ativista Alicia Castilla de 66 anos, Autora do livro Cultura Cannabis, ter sido presa no início do ano de 2011 por cultivar pés da planta em casa.

Secretário da presidência a favor do cultivo

As conversas para o cultivo de cannabis não são novidade no Uruguai. O secretário da Presidência do Uruguai, Diego Cánepa, durante a realização da conferência sobre “Políticas de Drogas na Região do Mundo”, organizado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros uruguaio em julho deste ano, se mostrou a favor do cultivo de maconha para uso pessoal.

Em entrevista, o secretário disse: “Eu concordo que devemos avançar para um processo de descriminalização da posse de maconha para consumo pessoal”, afirmou Cánepa, que também é presidente do Conselho Nacional de Drogas.

Hemp Traders

Hemp Traders é a maior fornecedora mundial de produtos feitos a partir do cânhamo (Saiba Mais), que é uma variedade da planta Cannabis Sativa livre de substâncias psicoativas. Pesquisas apontam que sua utilização data de doze mil anos atrás. Essa cultura produz muito mais por acre que algodão e eucalipto, utilizando uma quantidade pequena de pesticida.

Oferecendo uma variedade imensa de produtos orgânicos que não agridem a natureza, a Hemp Traders aparece como uma inteligente alternativa aos produtos que utilizam componentes sintéticos. A fibra, há séculos é valorizada pela sua resistência e durabilidade.

Todas as partes da planta podem ser utilizadas com diversos fins, mas destaca-se especialmente a fibra, que também pode ser chamada de filaça, muito utilizada na produção de tecidos.


Entre muitos outros produtos feitos a partir do cânhamo, destacam-se também:

Mobiliário para casa: Cânhamo é o mais forte de todas as fibras naturais, sem qualquer esforço. Isto torna-o perfeito para estofados.

Verniz: Oferece melhorias significativas em acabamentos em exteriores feitos de madeira.

Óleo de cânhamo: Conhecido como “Oil Cânhamo Industrial Seed”, este óleo tem muitos usos, na maioria das vezes sendo usado como óleo corporal, sabonetes, loções, batom, e xampu.

Ranieri Guimarães é um representante comercial dos produtos da Hemp Traders. Vivendo na Califórnia, Estados Unidos, o representante traz para você todos os principais produtos vindos da cannabis sativa com um preço abaixo dos concorrentes. Para todos aqueles que pretendem adquirir produtos de cânhamo industrial, entre em contato.

E-mail: ranieri@brasilnorml.org
Telefone/Fax: 831–373 2940 (USA)

PS: A compra e utulização destes produtos são destinadas aos moradores dos Estados Unidos. As leis vigentes no Brasil não permitem a comercialização de produtos derivados da maconha.


Veja alguns produtos Hemp Traders:

A empresa foi criada para proporcionar aos fabricantes, empresas, designers, estudantes e pessoas com o conhecimento e os recursos necessários para utilizar, de maneira simples e eficaz, os produtos de alta qualidade vindos do cânhamo industrial.

O Cânhamo é uma variedade da planta Cannabis Sativa, livre de substâncias psicoativas. Pesquisas apontam que sua utilização data de doze mil anos atrás. Essa cultura produz muito mais por acre que algodão e eucalipto, utilizando uma quantidade pequena de produtos para o plantio.

Como fibra vegetal a cannabis sativa tem servido a humanidade por milhares de anos. A fibra, há séculos, foi valorizada pela sua resistência e durabilidade. Materiais feitos de cânhamo foram descobertos em túmulos que datam de 8.000 antes de Cristo. Cristóvão Colombo navegou para a América em navios equipados com cânhamo. O Cânhamo foi cultivado extensivamente na América colonial por muitos agricultores, incluindo personalidades famosas como George Washington e Thomas Jefferson.

Para se ter uma ideia da utilização da maconha de maneira industrial, Betsy Ross costurou a primeira bandeira norte-americana a partir do cânhamo. O mesmo país que hoje abriu uma guerra sem motivos contra a cannabis for a anteriormente um adepto do cânhamo e tem em sua bandeira, amada e idolatrada, o cânhamo presente em sua primeira forma.

O Cânhamo é utilizado industrialmente em mais de 30 nações incluindo Canadá, Japão e Europa. Apesar de não representar nenhuma ameaça à saúde ou segurança, as plantações de Cânhamo são proibidas no país e frequentemente destruídas pela força policial.

A Hemp Traders oferece uma variedade imensa de produtos que podem ser utilizados nos mais diversos projetos, com diferentes objetivos. Todas as partes da planta podem ser utilizadas com diversos fins, mas destaca-se especialmente a fibra, que também pode ser chamada de filaça.

Ranieri Guimarães é um representante comercial dos produtos da Hemp Traders. Vivendo na Califórnia, Estados Unidos, o representante traz para você todos os principais produtos vindos da cannabis sativa com um preço abaixo dos concorrentes. Para todos aqueles que pretendem adquirir produtos de cânhamo industrial, entre em contato

Sr. Ranieri Guimarães

E-mail: ranieri@brasilnorml.org

Tel/Fax: 831–373‑2940 (USA)

Confira alguns dos diversos produtos comercializados pela Hemp Traders

Tecido

Como um tecido, o cânhamo proporciona todo o calor e maciez de um tecido natural, mas com uma durabilidade superior raramente encontrada em outros materiais. O cânhamo é extremamente versátil e pode ser usado para inúmeros produtos, como vestuário, acessórios, sapatos, móveis e decoração. Vestuário feito a partir do cânhamo incorpora todas as qualidades benéficas e provavelmente vai durar mais tempo e resistir a condições adversas.

Mobiliário para casa

Mobiliário doméstico é o mercado que mais cresce para têxteis de cânhamo. Cânhamo é o mais forte de todas as fibras naturais, sem qualquer esforço. Isto torna-o perfeito para estofados. Tampas de deslizamento, cortinas de chuveiro, abajures são também itens que podem ser feitos através da maconha indutrial.

Verniz

Oferece melhorias significativas em acabamentos em exteriores feitos de madeira. Este óleo de semente natural é muito mais facilmente aceito pelas fibras de madeira do que outra planta ou óleos de origem petrolífera.

Óleo de cânhamo

O óleo extraído da semente de cânhamo é conhecido como “Oil Cânhamo Industrial Seed”. Este óleo tem muitos usos, na maioria das vezes sendo usado como óleo corporal, sabonetes, loções, batom, e xampu. Mas isso é só o começo. Óleo de semente de cânhamo tem uma longa história de aplicações industriais. O cânhamo era a fonte perfeita para um óleo secante natura. Por milhares de anos, praticamente todas as tintas e vernizes bons foram feitos com óleo de semente de cânhamo. Óleo de semente de cânhamo também foi amplamente utilizado como óleo em sistemas de iluminação até o final do século 19. Ele queima de forma uniforme e é ainda capaz de alimentar um motor movido a óleo diesel.


Maconha e desmatamento da Amazônia (Por Dr. André Barros)



Nos últimos dois anos, o Brasil foi um dos países que mais combateu emissões de carbono no mundo. O governo anunciou que o desmatamento na Amazônia atingiu o menor nível desde 1988, quando começou o monitoramento. Mesmo com essas vitórias, nesse ritmo, as florestas vão acabar.

Agora, qual é a finalidade do desmatamento? Fazer papel e construir casas. Árvores de 200 a 500 anos de idade são derrubadas para casas que vão durar 50 anos. Árvores centenárias são cortadas para fazer papel.
Tudo isso pode ser produzido pelo cânhamo. Tábuas compensadas de fibra de maconha são muito mais resistentes e flexíveis que as tábuas compensadas de madeira. De pranchas a tábuas, o cânhamo é a melhor alternativa em produtos de construção. Até cola para produtos compensados na construção pode ser fabricado a partir do cânhamo.

A maconha é o grande remédio para o desmatamento da Amazônia e a paz das florestas. Deixando a ideia florescer e baseado nesses dados, vamos destruir os preconceitos contra a planta e salvar o PLANETA. Viva as mesmas letras do cânhamo e da maconha!

Dr. André Barros, advogado da Marcha da Maconha


Vereador Baiano Assume Consumo de Maconha - VEJA ENTREVISTA COM CRISTIANO ALVES

Vereador do município de Medeiros Neto pelo PMN, em seu terceiro mandato, Cristiano Alves, o “Pintão”, causou polêmica ao admitir em plenário que usa maconha há mais de 20 anos. Aos 37, o legislador foi presidente da Câmara Municipal da cidade do extremo sul da Bahia, com pouco mais de 20 mil habitantes, no biênio 2009/2010. Em entrevista ao Bahia Notícias, Pintão defendeu a regulamentação da maconha não apenas para o uso recreativo, mas também para a utilização indústrial, em setores como o de tecidos e combustíveis. “Maconha é que nem Bombril, tem 1001 utilidades”, compara. Segundo ele, o clima do sertão nordestino é ideal para o cultivo de cannabis sativa, e seria uma boa alternativa para incentivar a agricultura familiar na região. Também prega pela maior discussão do tema de forma aberta, sem “satanizar” a erva. “Quis entrar nesse mérito para dizer que quem fuma maconha não é marginal. É pai de família, tem filhos, trabalha, estuda e pode ser representante do povo”, argumenta.

por José Marques, Felipe Campos e Evilásio Júnior


Bahia Notícias – Você usou a tribuna da Câmara de Medeiros Neto para assumir que fumava maconha, um posicionamento que, ao menos pelo o que a gente sabe, foi a primeira vez que um vereador fez publicamente na Bahia. Por que você fez aquela declaração?

Pintão – Na verdade, desde que entrei na vida pública me acusam de ser maconheiro, usando esse termo de forma pejorativa para classificar o maconheiro como uma pessoa que não tem qualidade, que não teria capacidade de estar ocupando o lugar que estou hoje na Câmara de Vereadores, já no terceiro mandato. A minha defesa foi realmente assumir. Não negar para a sociedade a minha vida particular, a minha vida interna, porque eu gosto de fazer. Não foi apenas assumir por assumir. Fui acusado de forma pejorativa e então quis entrar nesse mérito para dizer que quem fuma maconha não é marginal. É pai de família, tem filhos, trabalha, estuda e pode ser representante do povo.

BN – E como foi a repercussão disso em Medeiros Neto?

P – Não gerou nenhum fato polêmico ao meu trabalho porque, de certa forma, as pessoas de lá já sabiam disso. Só faltava eu falar. Então, as pessoas acabaram entendendo. Algumas partes mais conservadoras da população, como a igreja e tal, condenaram a atitude. O resto da população que já me conhece, sabe quem eu sou e não mistura os fatos.

BN – Então o preconceito fica…

P – Fica a título de adversários políticos que querem manchar meu trabalho lá no município.

BN – Não teve tanta repercussão porque lá em Medeiros Neto o uso de maconha é comum?

P – Não, o uso não é comum, como em lugar nenhum. A nossa questão também não é debater a liberalização do uso de maconha. O cigarro é legalizado e é regulamentado. Tanto que o Senado acaba de votar a lei que proíbe fumar em locais públicos fechados. Seria o caso do uso da maconha. O caso do uso da maconha em debate é que é um direito individual de cada cidadão. Nossa Constituição expressa isso de forma bem clara, a defesa de nossos direitos individuais. Se fumar maconha só prejudica a você, não é crime, porque crime é ação ou omissão que venha a afetar bens de terceiros. Se fumar maconha e dirigir pode provocar um acidente e prejudicar alguém, então se proíbe fumar maconha e dirigir. Agora, condenar um usuário de maconha por fumar, isso é absurdo.

BN – Mas tem a questão do comércio ilegal. Em sua afirmação na Câmara, você disse que “o estado poderia estar ganhando ao legalizar a maconha” e citou as cooperativas defendidas pelo deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP).

P - Esse projeto do deputado Paulo Teixeira é parecido com o modelo do que cogitam fazer no Uruguai. Está no congresso do Uruguai, já em fase de votação, projetos tanto da bancada de situação ao presidente como também da bancada de oposição. O projeto da bancada de situação legaliza a cada cidadão uruguaio ter até oito pés de maconha plantado em casa para autoconsumo. Eles enxergam nisso um combate à força econômica do tráfico, porque se você avaliar os estudos da ONU, 5% da população de cada país é usuário de drogas ilícitas e 70% desses 5% são usuários de maconha. Então se o cidadão vai poder plantar, cultivar e fumar, vai diminuir a força desse comércio em relação ao traficante. O projeto da bancada de oposição é o da maconha industrial, porque a maconha não tem a utilidade só do “barato”. A maconha é que nem Bombril, tem 1001 utilidades. Serve para combustíveis, tecidos, medicamentos. Esse projeto que o Paulo Teixeira quer discutir no Congresso Brasileiro as cooperativas para poder ter essa produção em alta escala e incentivar a industrialização, que geraria muitos dividendos para o Estado e para o país.

BN – Numa entrevista para o medeirosneto.com.br, você comenta que a maconha poderia ser um benefício para o pequeno agricultor baiano, pela questão do clima, por exemplo.

P – A gente sabe que no nordeste da Bahia há retirantes que estão indo embora procurando melhorias de vida. E não encontram. Porque o campo, no Nordeste, não tem incentivo para a agricultura familiar. O governo não tem como manter o cidadão no campo. Essa agricultura de subsistência do Nordeste em cima do milho e do feijão já está defasada e não segura a família. A maconha seria uma alternativa sim, porque o clima do Nordeste é ideal para o cultivo da cannabis sativa. A luminosidade é boa demais. Na questão de água, bastaria qualquer poço de dez, 20, 30 metros para encontrar o lençol freático. Essa produção iria incentivar a agricultura familiar no Nordeste. O local deixaria de ter somente culturas convencionais de milho e feijão e teria uma cultura alternativa com muitas possibilidades de negócio.

BN – Mas a questão do tráfico perpassa pela maconha não se restringe à maconha. Você é a favor da liberação de outras drogas, como a cocaína?

P – Eu acho que o país não está nem preparado para debater a questão da legalidade da maconha porque o preconceito em cima dela já é demais. Satanizaram a maconha, a verdade é essa. As pessoas não discutem isso de forma aberta. Falar hoje da possibilidade de legalização das outras drogas seria colocar uma dosagem muito pesada em um tema que a gente está procurando – com os ativistas Brasil afora, como [os sites] Hempadão, Growroom – abrir a cabeça do pessoal para ver se no futuro a questão da proibição acabe. Porque o direito de usar a droga é do cidadão. Você quer encher a cara de cerveja, de cachaça, é um direito seu. Se você quiser encher a cara na cocaína e na maconha, também é um direito seu. Contanto que você não prejudique a um terceiro. Essa proibição está gerando uma violência institucionalizada porque quem paga o alto custo disso é o trabalhador que sequer fumou um cigarro de maconha da vida. E ele quem sai de casa cedo no Rio de Janeiro para trabalhar e não sabe se volta à tarde. É uma guerra por território entre facções, cada um apresentando um arsenal bélico maior que a outra e a polícia sendo corrompida pela força econômica que o tráfico gera. Claro que não são todos os policiais, mas a gente vê nos noticiários dos grandes centros a toda hora.

BN – O delegado de Medeiros Neto, Kleber Eduardo Gonçalves, chegou a dizer que ia investigar se o você fazia ou não apologia às drogas. Houve algum problema em relação a isso? Você acha que faz apologia?

P – O Dr. Kleber já até declarou que não verificou apologia nenhuma em minha fala. Porque eu não incentivei ninguém a usar. Não falei para ninguém que usar maconha é bom. Apenas assumi que uso. Essa liberdade de expressão minha foi garantida no julgamento do STF [Superior Tribunal Federal] que garantiu a legalidade das marchas [a favor da maconha].
BN – E o que você acha da repressão policial recente às marchas da maconha antes desse julgamento?

P – Era uma questão da interpretação da lei 11.343 de 2006, a Lei de Drogas. E eles entendiam que aquela manifestação seria uma forma de apologia. E então proibiam, o que tirava a livre expressão de ideia de cada cidadão, o direito de manifestação e o direito de revolução, que é de todos. O que aconteceu agora na USP [Universidade de São Paulo] foi um absurdo. Aquilo tudo por conta de três estudantes e um baseado? Quando o Estado não gastou pra colocar todo aparato bélico na USP?

BN – Você acha que a polícia persegue o usuário de maconha?

P – Sim, por causa do preconceito. O policial não aborda de forma correta o usuário de maconha. A lei é clara. O artigo 28 não penaliza quem adquirir ou portar para o uso próprio. Penaliza com uma advertência. Agora para conduzir até a cadeia e deixar detido, ela não prevê isso. Os policiais quando pegam o usuário de maconha na rua, a primeira coisa que fazem é levar para a delegacia e expor. Se o cara não tem dinheiro para resolver o problema na hora cobram até fiança para tirar o cara da delegacia. É um absurdo. A lei não fala de fiança.

BN – Quantos anos você acha que levaria para haver a regulamentação da droga?

P – Acho que tivemos um avanço muito grande agora em 2010 por conta do reconhecimento do direito de marcha, da liberdade de expressão concedida pelo STF, por unanimidade. As pessoas estão de certa forma abrindo isso, diante da minha declaração, da declaração de outras pessoas, de outros e outros por aí. Porque o que tem que acontecer primeiro é você legalize a sua mente. Depois a sua família, depois as pessoas que estão em volta, para quebrar o preconceito, para as pessoas discutirem isso de forma aberta, de forma clara, sem te tarjar de delinquente, de irresponsável, porque você gosta de fumar um baseado. Eu sou pai, eu tenho uma filha de 14 anos, outra de dez, outro de onze. Sou pai de três filhos, dou um duro danado pra poder educar os três. Estudo, sou bacharel em direito, ocupo cargo público em meu município, sou o primeiro secretário da União de Vereadores da Bahia, sou membro permanente da Rede Nordestina de Jovens Vereadores. Fumar baseado me desqualificaria? Então, estou na defesa de que o usuário de maconha não tem que ser taxado como malandro, pessoa à toa ou preguiçoso. Quantos profissionais liberais fazem uso para relaxar e são competentes? Essa hipocrisia é que a gente luta para poder quebrar.

BN – E qual seria seu papel na defesa da regulamentação da maconha, como vereador de uma cidade pequena, no interior da Bahia?

P – Acredito que em uma boa parcela, estou contribuindo. A gente não pode puxar para si toda a responsabilidade do tema. Sou eu aqui na Bahia, outra pessoa no Rio Grande do Sul, outra em São Paulo, outra em Belo Horizonte, que estão querendo debater isso de forma aberta. É o Paulo Teixeira no Congresso, enfrentando todo o conservadorismo do partido, da bancada do PT que ele lidera, o [antropólogo, redutor de danos e ativista] Sergio Vidal aqui na Bahia, que tentam informar à população pelo menos para que ela leia, conheça um pouco antes de querer incriminar e julgar.

BN – E como você defende que seja feita essa regulamentação?

P – Defendo a industrialização da maconha em sua plenitude, seja para fazer remédio, para fazer tecido, para fazer combustível, para gerar qualquer outro tipo de utilidade que a planta poderia ter. Para o uso recreativo, defendo o direito ao usuário de se autosustentar. Se é uma planta que você pode pôr num vaso, cultivar e colher, você não vai ter necessidade de entrar em qualquer biqueira ou morro da cidade para fumar. Seria um prejuízo muito grande ao tráfico e um lucro para o Estado que poderia ser investido na fronteiras, que poderia ser investir na questão de educação, lazer e esporte, porque a gente não combate droga com guerra. Quantos milhões não são gastados para invadir um morro no Rio e, enquanto isso, tem bombeiro na rua fazendo greve contra o Governo do Estado por ter um salário de R$ 900? Isso é uma disparidade e a gente tem que discutir de forma mais aberta. Como será realizado, eu não sei. Mas a gente tem que discutir e buscar alternativa, como está fazendo o ex-presidente Fernando Henrique, botando a cara a tapa e dizendo o seguinte: drogas fazem mal? Fazem. Então vamos buscar reduzir os danos que elas causam. É o que vem sendo debatido em nível nacional. A minha situação é que moro numa cidade do interior e não deixou de ser um impacto para adversários e pessoas, mas a gente pensa de forma diferente e gostaria de ver isso ser discutido forma diferente.
BN – E qual é a posição de seu partido sobre isso?

P – Eu não tenho envolvimento direto com o diretório estadual do partido, mas como eu sou presidente do diretório municipal, não tem problema. Com o diretório estadual, a gente não tem tanta ligação. Mas partido político no interior é assim: você se filia para ter direito à sua candidatura e fica restrito ao grupo político que apoia.

BN – Carlos Massarolo [presidente estadual do PMN] chegou a falar alguma coisa?

P – Não entrou em contato comigo sobre nada.

BN – Depois que você saiu do armário em relação à maconha, mais alguém se inspirou em você e fez o mesmo na região?

P - Não, na minha cidade não tenho notícia. Às vezes alguns que me vêm na rua me olham de forma diferente, outros já falam ‘minha liderança!’ e tal, defendendo nossa causa (risos).

BN – Você já fumou com algum eleitor?

P - Não… de certa forma já , porque eu tenho amigos que fumam e eu fumo com quem eu conheço e sei que fuma. Alguns nem votam em mim, mas são amigos da antiga, então fumo com amigos que eu sei que fumam, na minha casa.

BN – Quais são suas ambições políticas?

P – Minha ambição política é me dispor a ir implantando as minhas ideias para chegar em algum lugar. Não ficar estacionado no mesmo lugar. Mas ela depende de muita coisa, de situação do grupo político. A gente tem um prefeito bem avaliado e a tendência é que ele se candidate à reeleição.

BN – Falando nisso, você é da base aliada ao prefeito Beto Pinto (PHS). Qual a posição dele em relação a isso?

P - Totalmente contra (risos). Já falou que preciso me tratar (mais risos).

BN – E já houve um conflito de vocês sobre isso?

P – Não, a gente tem uma relação muito aberta e respeita muito as ideias do outro. Tem uma frase de Voltaire que gosto muito de cultivar: ‘Eu posso ser contra todas as palavras que disser, mas lutarei até a morte pelo direito de dizê-las’. Então eu e o prefeito temos uma relação mais ou menos por aí.
BN – Você acha que o fato de ter aberto isso à população vai prejudicar você numa reeleição?

Na verdade isso já era aberto, porque já tinha assumido em palanque, em pinga-fogo na rua, em comícios…

BN – Aquela foi a primeira vez no plenário, então?

P – Não, eu já tinha assumido no plenário antes, para me defender de outras acusações. Mas, dessa vez, aconteceu com jornalistas da região que afirmaram que eu estaria cometendo apologia às drogas e queriam manchar a minha imagem. Mandaram a reportagem que para o jornal A Tarde, e foi quando teve esse boom todo, mas a cidade inteira já sabia disso. A minha reeleição não está vinculada a isso, eu posso até não conseguir me reeleger por outros motivos. E eu posso conseguir também e não vai ser por esse motivo.

BN – No final, você considera positiva para a sua imagem a tentativa de te difamarem?

P – Foi bom para lavar minha alma e sair do armário (risos). Porque eu não tenho mais o que preocupar com isso.

BN – Tem uma pergunta que tenho até receio de fazer… Por que Pintão?

P – Pintão de Granja era meu apelido quando pequeno. O de granja foi embora, ficou o Pintão. As pessoas acham que tenho ‘Pinto’ no sobrenome, mas não é. Lá o pessoal todo me conhece assim.

BN – Qual é a sua plataforma de trabalho na Câmara?

P - Gosto muito da parte legislativa da Câmara, de encaminhamento de projetos, da lei orgânica.

BN – Tem algum projeto de lei em destaque que você apresentou?

P - Tem um que o prefeito desde não sancionou a gestão passada, que é a criação do Conselho Municipal da Juventude, para incentivar a prática de esporte nos jovens entre 15 e 30 anos de idade. Para criar esse conselho para discutir políticas públicas voltadas para isso, para tirar a molecada da rua, para distanciar o contato dele com a maconha, com o mundo da droga, com a bebida. Talvez se na minha juventude eu tivesse essa oportunidade de praticar esporte e buscar outras alternativas para soltar a adrenalina, eu não teria fumado um baseado.

BN – Existe tráfico em Medeiros Neto?

P – Existe.

BN – É violento? É perigoso?

P – É violento quando a polícia resolve matar. A polícia lá elimina os traficantes assim.

BN – Onde você compra a droga? Na boca mesmo?

P – Não é difícil conseguir não (risos). É mais fácil conseguir que pirulito na escola. Gostaria de comprar na tabacaria, de forma regulamentada, como eu compro o Carlton [cigarro]. Onde eu compro a seda também. A seda eu compro na tabacaria e a maconha fora dela. Não dá para entender essa política.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Porque Você Deve Fumar Mais Maconha (Por Jack Herer)


A expectativa de vida nos Estados Unidos é de 76 para um homem e 78 para uma mulher. Mas se você fumar maconha de manhã, tarde e noite, você viverá em média dois anos mais do que se você não fumasse.

Pessoas que fumam maconha, mas não fumam cigarros ou bebem álcool viverão de 8 a 24 anos mais do que aquele que fumam cigarros ou bebam álcool. Isso foi comprovado por estudos feitos pelo Dr. Vera Ruben em rastafaris na Jamaica de 1968 a 1974.

Os rastafaris viviam nos topos das montanhas e eram os mais pobres da Jamaica. Todos esperavam que eles tivessem vidas mais curtas, mas ao invés disso, tinham vidas mais longas. Fumavam maconha de manhã, tarde e noite. O custo deste estudo foi de 6 milhões de dólares e foi um estudo extremamente compreensivo. Se o mesmo estudo fosse feito hoje, custaria aproximadamente 125 milhões de dólares.

Em 1979 e 1980, o Instituto Nacional de Ciências (National Institute Center), realizou estudos nos Rastafaris da Costa Rica e conseguiram obter resultados parecidos com os realizados com os jamaicanos. Foram apenas 100 cópias deste estudo publicados para pesquisadores que estavam trabalhando para o Governo. A única razão pela qual obtivéssemos os resultados deste estudo foi porque alguém conseguiu desviar uma cópia para a NORML, em 1981.


Entre 1968 e 1975, havia cerca de 10.000 estudos sobre a maconha por todo o mundo, mas a maioria em universidade e faculdades americanas. Aproximadamente 4.000 estudos eram estudos de saúde universal. Quase todos eles provaram que a maconha seria benéfica de qualquer forma. Os poucos que não foram favoráveis jamais foram provados num segundo estudo.

Em 1974 e 1975, Dr. Donald Tashkin fez uma pesquisa para provar que a maconha era nociva para os pulmões.

Ele era o chefe do departamento de pesquisas pulmonares do hospital da UCLA (Universidade da Califórnia). Ele previu que mais pessoas desenvolveriam câncer de pulmão por fumar maconha do que para fumar tabaco. Dr. Tashkin estava 100% seguro que todos os estudos sobre a maconha seriam considerados negativos devido à sua pesquisa. Ele tinha o único estudo em todo país entre 1975 e 1999. Depois de 1975, não houve mais recursos financeiros para estudos positivos sobre a maconha de qualquer tipo pelo governo americano sem nenhuma razão aparente, Só um estudo negativo sobre a maconha conseguiria recursos do governo americano e o Dr. Tashkin tinha quase todos esses recursos. Eu me manifestei contra o Dr. Tashkin em 1979.

Em 1981, fui aproximado pelo Dr. Tashkin para fazer parte de seu estudo. Eu protestava contra as leis contra a maconha na frente do edifício federal, 500 jardas do Hospital e Faculdade da UCLA na Wilshire Boulevard. Eu me alistei (junto com outros 50 militantes) para o estudo do Dr. Tashkin, porque todos os estudantes da UCLA se negaram a participar depois que Ronald Reagan tomou posse em Janeiro de 1981. Dr. Tashkin pôde ver-nos todos os dias no edifício federal por 102 dias. Não éramos estudantes da universidade e fumávamos de manhã, tarde e noite.

Uma ou duas vezes por semana nós tínhamos entrevistas com o Dr. Tashkin. Eu lhe contei sobre os efeitos positivos da maconha. Nós discordávamos 100% e eu tinha certeza de que ele estava errado. Isto era um estudo de longo prazo. Eu era pago cerca de 80 a 90 dólares para cada teste entre 1981 até a metade da década de 90. Uma ou duas vezes por semana eu ia fumar maconha para conseguir os estudos pulmonares feitos e entrevistaria o Dr. Tashkin como parte de minha pesquisa para meu livro "The Emperor Wears No Clothes". Eu disse ao Dr. Tashkin de 1981 a 1997 que ninguém pega câncer de pulmão ou qualquer tipo de câncer por causa da maconha, porque o Dr. Vera Ruben e o Dr. Todd Mikuriya já haviam separadamente provado cada um deles. Eu venho fazendo a pesquisa para meu livro desde o início da década de 70.

Agora o Dr. Tashkin saiu da toca e vem falando as mesmas coisas que eu falava há 25 anos atrás. Não há ligação entre a maconha e câncer de pulmão ou qualquer outro tipo de câncer. Em fato, Dr. Tashkin descobriu que a maconha, por matar células velhas que poderiam tornar-se cancerígenas, pode prevenir o câncer.

Se você quer viver mais, fume maconha.

Jack Herer, 4 de Julho de 2006.

[DOWNLOAD] Quebrando o tabu - 2011




SINOPSE
A guerra às drogas iniciada há quarenta anos pelo governo dos EUA rendeu e ainda rende mortes, violência, enriquece bandidos, policiais corruptos, políticos e a indústria das armas, mas jamais resolveu ou resolverá os problemas pertinentes a elas. 'Quebrando o tabu' mostra a insensatez dessa guerra que ainda persiste em boa parte do mundo, revela os benefícios de outros caminhos tomados por alguns países e dialoga em busca de soluções viáveis em direção à paz. Estrelando Fernando Henrique Cardoso, Bill Clinton, Jimmy Carter, Dráuzio Varela, Gael Garcia Bernal.

DADOS DO ARQUIVO
Diretor: Fernando Grostein Andrade
Áudio: Português/Francês/Inglês
Legendas: PT/Br (originalmente inseridas)
Duração: 80 min.
Qualidade: DVDRip
Tamanho: 748 MB
Formato: AVI
Servidor: Multiupload (parte única)

LINKS
Parte única

domingo, 11 de dezembro de 2011

O futuro já chegou - Merval Pereira

No seu novo livro "A soma e o resto", — título que "tomou emprestado" de um livro de seu amigo Henri Lefebvre — lançado ontem no Rio com uma conversa entre o ex-presidente Fernando Henrique, a colunista Miriam Leitão e eu na Livraria Cultura, com mediação da editora de O País do GLOBO, Silvia Fonseca, dentro do projeto Prosa na Livraria, surge um retrato mais humanizado, muitas vezes ignorado, do intelectual Fernando Henrique, tido geralmente como um cético.

Como o livro é baseado em conversas com seu assessor, o diplomata Miguel Darcy, o tom coloquial dá margem a revelações de angústias e ansiedades do ex-presidente. Sobretudo, permite que ele se revele um inquieto permanente, que assim se define: "É a curiosidade que me move. O sentido que dei à minha vida foi tentar perceber o que vem de novo por aí. Não me preocupo muito com o que já está. A gente pensa que vai ocorrer o inevitável e vem o inesperado".

Talvez por isso, tendo chegado aos 80 anos, Fernando Henrique tenha reinventado sua atividade política tratando de um assunto polêmico, mas fundamental: o que fazer diante do aumento do uso de drogas.

Ele diz que se interessou pelo tema "pelo ângulo da democracia, do risco da corrosão das instituições pela violência e corrupção associadas ao tráfico".

A tese central de Fernando Henrique, que tem presidido comissões internacionais sobre o assunto, é que a droga tem de ser vista como questão de saúde pública e não meramente de repressão policial, pois fracassou a política de guerra às drogas levada à frente pelos Estados Unidos, há cerca de 10 anos assumida pela ONU como política oficial.

Ontem ele participou, pela manhã, de uma mesa redonda sobre o assunto, que eu mediei, na comemoração dos 18 anos do Viva Rio, ONG presidida pelo sociólogo Rubem César Fernandes que tem tido presença marcante na recuperação do Rio.

Nada mudou nesses anos de repressão, não diminuiu o consumo de drogas em escala internacional, aumentaram as mortes, e o problema continua crescente no mundo todo.

Problema como o que vivemos no Brasil, mais especificamente no Rio, agora combatido com a política de retomada de territórios dos traficantes com as UPPs.

Problema como no México, onde a situação é calamitosa, com cartéis de drogas atuando violentamente, e em outras partes do mundo.

A ideia é que, a partir do fracasso da repressão, é preciso passar a tratar as drogas como questão de saúde pública, com campanhas de esclarecimentos sobre seus malefícios e restrições ao uso em lugares públicos.

Fazer como autoridades no mundo todo, em graus variados, que estão tratando o cigarro, considerado por especialistas, ao lado do álcool, tão pernicioso quanto a maconha. O secretário do Ambiente, Carlos Minc, no debate, fez um paralelo: enquanto o cigarro, droga legalizada, tem seu consumo diminuído pela ação dos governos, o da maconha, droga ilegal, só faz aumentar.

A proposta encaminhada à ONU pela Comissão Latino-Americana, que, além de Fernando Henrique, teve na coordenação os ex-presidentes César Gaviria, da Colômbia, e Ernesto Zedillo, do México, foi pela descriminalização da maconha, por ser a droga majoritária no mundo (80% do consumo mundial) e cujos malefícios podem ser comparados aos do álcool e do tabaco.

Buscar alternativa à guerra para reduzir o consumo de maconha é um caminho para solucionar um problema que tem causado prejuízo aos países, tanto financeiro quanto em vidas. É um tema delicado, especialmente para políticos, mas tem de ser enfrentado.

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, enfrentou a questão quando ministro da Justiça no governo Lula e contou que, ao defender essa tese em uma universidade no seu estado, surpreendeu-se no dia seguinte com a manchete de um jornal, que dizia que ele defendia a liberação da maconha.

Outro caso foi uma manifestação de jovens a favor da maconha no Fórum Social Mundial em Belém, cada um com sua plantinha na mão e cantando: "Polícia, maconha é uma delícia". O ministro da Justiça e os agentes da Polícia Federal que o acompanhavam não puderam fazer nada, mesmo diante de um ato ilegal na época. Hoje, o Supremo Tribunal Federal retirou das manifestações a favor da maconha o caráter de apologia ao crime.

Tarso Genro disse que situações como essa, em que a lei não é eficaz diante da pressão da sociedade, têm de ser consideradas quando se pretende encontrar caminhos para reduzir o uso das drogas de maneira eficiente.

A Comissão Global sobre Drogas vai adiante e tende a trabalhar pela legalização e regulamentação do uso da maconha para combater o tráfico e suas consequências.

Fazem parte da Comissão Global políticos como Javier Solana, ex-secretário-geral da Otan e ex-alto representante para a Política Externa e de Segurança Comum da União Europeia; Ruth Dreifuss, ex-presidente da Suíça; George Schultz, ex-secretário do Tesouro dos EUA; empresários como Richard Branson, fundador do grupo Virgin e ativista de causas sociais, e John Whitehead, banqueiro e presidente da fundação que construiu o memorial no lugar do World Trade Center, além dos escritores Carlos Fuentes, do México, e Mario Vargas Llosa, do Peru, prêmio Nobel de Literatura.

A descriminalização da maconha não é o caminho ideal, mas o menos pior. Todas as drogas são prejudiciais, ressaltou Fernando Henrique; o consumo não é problema de polícia, mas de saúde pública.

Problema de polícia é o tráfico, que pode ser fragilizado com a liberalização do consumo e campanhas de controle do uso e dos danos à saúde.

Fonte: Blog do Noblat

Simples Maconha - Por André Barros



Por André Barros

Fui à pré-estreia de “Simples Mortais”, do diretor Mauro Giuntini, no histórico palco do cinema nacional. O Odeon estava cheio para receber mais um grande cineasta e brilhantes atrizes e atores do Brasil. Num dos núcleos do filme, o filho tenta de todas as maneiras levantar o astral do pai, dolorido pela morte da mulher da família. Depois de receber dele o tradi...cional discurso careta, o jovem músico consegue tirar gargalhadas do pai, quando apresenta e fumam juntos um baseado. Na maior naturalidade, tocando sua viola, simplesmente mostra que não é nada disso e compartilha a fumaça com o pai. É o momento de maior harmonia e alegria da família masculina.

Outras substâncias são abordadas. Quando o pai bebe cachaça de forma totalmente envergonhada fica deprimido e largado ao chão. O filho quase mergulha na uca, mas nem começa. Quando o filho cheira cocaína sobre o violão, é o momento mais agressivo da relação e quase saem na porrada, fazendo o pai realizar as mais destemperadas condutas.

O whisky é bebido por outro personagem como demonstração de poder, com a garrafa em cima da mesa e seu dono destratando o garçon, que, com o bom humor brasileiro, não deixou barato e fez o cinema rir, ao sacaear o todo poderoso.

Apesar de metade das salas do país exibirem o mesmo enlatado, “Simples Mortais” entrará em breve no circuito carioca dos cinemas democráticos. A simplicidade em tratar de forma tão profunda o tema de substâncias psicoativas que alteram o psiquismo dos mortais é um aspecto marcante.

Assistí-lo me fez pensar nesse poder saber punitivo e hipócrita que tornou ilícita, por racismo, a simples maconha, que não tem qualquer relação com esse capitalismo do café, do cigarro, da bebida, da cocaína e da velocidade.

Esse simples e maravilhoso filme já entrou no circuito canábico e torna-se um sério candidato ao Tricoma Dourado de 2012 a ser entregue em sessão marcada pontualmente às 4:20 horas e alguns atrasos pelo CinePlanta.



Curte André Barros, advogado da Marcha da Maconha
https://www.facebook.com/advogadoandrebarros
Siga no Twitter
http://twitter.com/#!/advandrebarros
Trailler :