Psicodélico: fevereiro 2010

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Papo de Índio - Reportagem de 2005

Segue a reportagem sobre Plantas Sagradas que foi editada em um Jornal do Acre em 2005.
Para ver só dá um Click na primeira foto, as outras pode salvar como Imagem para ler.
Boa Leitura.






sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Documentário sobre Cannabis


Segue um ótimo documentário sobre a erva, as suas reais propriedades, seus usos medicinais, os maiores ativistas do assunto em questão de âmbito mundial. A National Geopraphic conduziu um documentário sensacional viajando pelo submundo da Opção Erva.

O vídeo foi disponibilizado para assistir pelo Megavideo, só clicar e tap’n’play!


Título Original: National Geographic: Going to Pot - The Story of Modern Marijuana
Titulo no Brasil: National Geographic: Opção Erva
Gênero: Documentário
Ano de Lançamento: 2009
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Tamanho: 284mb
Link para Baixar : http://www.megaupload.com/?d=RGXV1T4X

Sinopse:
Um documentário que examina a maconha sob vários aspectos e ângulos, incluindo o seu potencial para uso medicinal, as sanções que existem à sua volta e a maneira como se reflete na cultura popular.

Fonte : http://hempadao.blogspot.com/

Redução de danos - Cannabis

Maconha é uma droga antiqüíssima, e data dos tempos pré-históricos em algumas partes do mundo. É um produto da planta cânhamo, Cannabis Sativa, uma espécie que também provê uma fibra muito útil, uma semente comestível, óleo e remédios. Isso é muito para uma só planta, o que explica por que ela tem sido um produto de cultivo desde que a conhecemos. Cannabis é provavelmente nativa da Ásia central. Ela tende a crescer em terrenos baldios ao redor de campos e habitações e tem sido associada com seres humanos por tanto tempo que não se conhece seu verdadeiro estado natural.

As propriedades tóxicas do cânhamo residem em uma resina grudenta e cheirosa extraída do topo das flores, especialmente das plantas fêmeas. A potência de uma preparação de cânhamo depende do conteúdo da resina. Algumas produzem muito, outras, pouco. Se as plantas forem colhidas inteiras, folhas, galhos e tudo mais, flores ricas em resina vão ser diluídas por muito material inerte. Flores cuidadosamente cultivadas, recolhidas antes que as sementes se formem, são gosmentas ao toque na resina, muito cheirosas e muito potentes. A resina pode também ser recolhida e prensada em “bolos” ou “bolas”; isso é o haxixe. Pode-se também extraí-la com solventes e concentrar em um líquido denso e oleoso, chamado óleo de haxixe.Qualquer uma dessas preparações pode ser comida ou fumada.

A maconha é única entre as drogas psicoativas, em uma classe só para si. Os químicos que ela contém não se assemelham às moléculas de outras drogas. Diferentemente das outras substâncias discutidas nesse livro (From Chocolate to Morphine de Andrew Weil), ela não é dissolvida em água, mas bastante solúvel em óleo; sendo assim, elas são absorvidas “fora de ordem” quando ingeridas, e permanecem no organismo por um longo tempo por que se acumulam na gordura corporal.

Maconha não é estimulante nem depressivo, mas tem características de ambos. Muitas pessoas a reconhecem como um psicodélico fraco, mas seus efeitos são diferentes dos verdadeiros alucinógenos, e não necessariamente fracos. Além disso, o potencial para abuso de maconha é consideravelmente maior do que outros psicodélicos, por que pode ser consumida freqüentemente ou continuamente em combinação com atividades do dia-a-dia.

Como droga psicoativa, a cannabis tem uma história muito mais antiga em outras partes do mundo do que em países do Ocidente. Europeus e americanos cultivaram a planta exclusivamente por sua fibra por muitos anos, e até tintura de cannabis foi amplamente utilizada na medicina ocidental no século XVII. Poucas pessoas a usavam para ficar chapadas ou relataram que ficaram chapadas quando usavam a cannabis nesse sentido. O conhecimento de como fumar cânhamo provavelmente foi trazido ao Brasil por escravos negros que utilizavam a planta na África; a prática viajou para o norte até o México e, finalmente, atingiu os EUA.

O hábito de fumar maconha começou nos EUA depois da 1ª Guerra. Introduzida por operários mexicanos imigrantes, pegou no início entre os negros das cidades do sul. Muitos de seus primeiros usuários eram músicos. Ao longo dos anos, se espalhou por outros subgrupos, mas era raramente associada com a classe média branca até os anos 60, quando se tornou símbolo da juventude nos campus universitários. Desde então, ela cresceu em popularidade e hoje é a droga mais consumida em todo o mundo.

Desde o início, a maconha – que é conhecida por muitas gírias, incluindo erva, bagulho, beque, baseado etc – provocou bastante discussão, principalmente devido as suas associações. Era a droga da subcultura e minorias raciais mesmo antes de se misturar com hippies e revulocionários. Fora o seu status de droga mais usada no mundo atualmente, a cultura dominante ainda a vê como uma droga perigosa, pior que álcool e tabaco, e que pode levar ao uso da heroína.

Nessa atmosfera super pesada, argumentos sobre a maconha tendem a ser mais políticos que factuais. E pelo fato de farmacólogos e médicos se encontrarem tão envoltos em tais políticas como o resto das pessoas, fica difícil obter informações neutras sobre a droga. Muitas das pesquisas sobre maconha se propõem a provar idéias pré-concebidas; a grande maioria nem vale a pena ler.

Tirando a política, os efeitos da maconha são difíceis de descrever, por que são muito variáveis – bem mais que os das outras drogas. Parte dessa variação se deve ao ambiente e a pessoa, mas o resto é inerente à própria droga. Pessoas que fumam maconha pela primeira vez, na maioria das vezes não sentem absolutamente nada, mesmo que fumem grandes quantidades de potentes plantas. Assim como com outras drogas psicoativas, as pessoas têm que aprender a associar as mudanças de consciência com os efeitos físicos da droga. Comparada a outras drogas, no entanto, os efeitos físicos da maconha não são exatamente espetaculares. Faz o coração bater um pouco mais rápido, torna a boca e os olhos secos e torna o branco dos olhos vermelho. Destes, o mais perceptível é a boca seca. Somente pessoas que usam lentes de contato também percebem os olhos ressecados. O aumento nos batimentos cardíacos é facilmente ignorado, apesar de poder se tornar a base para uma reação de pânico em iniciantes ansiosos, que podem interpretar isso como o começo de um ataque cardíaco.

Quando pessoas aprendem a ficar chapadas com maconha, suas primeiras experiências são geralmente bastante vívidas. Tudo lhes parece engraçado, todos os sentidos se tornam novos e interessantes. Escutar música, comer e transar podem se tornar experiências muito mais absorventes. O tempo parece longo e arrastado. Pessoas às vezes têm estranhas ilusões, como ver o quarto se expandindo ou sentimento que as pernas se tornaram absurdamente grandes.

Com o uso repetido, esses efeitos marcantes tendem a sumir. Usuários regulares podem descobrir que a maconha os torna relaxados ou mais sociáveis sem afetar muito sua percepção ou humor. Usuários pesados obtêm pouco da droga, freqüentemente fumando só por hábito.

Reações adversas com maconha geralmente ocorrem quando grandes doses são tomadas em ambientes não muito propícios, especialmente em usuários inexperientes. A maioria são simples reações de pânico, facilmente tratadas bastando dizer que tudo vai melhorar assim que passar o efeito. Os efeitos de fumar maconha geralmente diminuem após uma hora e desaparecem depois de duas ou três horas. Algumas pessoas se tiverem fumado muito, podem se sentir cansadas ou “grogues” no dia seguinte. Alguns usuários consideram que a maconha os estimula e os mantém acordados a noite; outros a usam para ajudar a dormir. Ao mesmo tempo, torna algumas pessoas depressivas e irritadas, outras chapadas por várias horas. Possivelmente, alguns tipos de maconha são mais sedativos que outros. Nos últimos anos, variedades mais e mais fortes de maconha apareceram. Algumas das mais fortes sinsemilla (sem sementes) são tão potentes como haxixe e podem desorientar usuários não acostumados.

Ingerida, ao invés de fumada, a maconha é uma droga mais forte, mais lenta para “bater” com efeitos mais duradouros. Pelo fato da resina não ser dissolvida em água, o chá de maconha não é muito eficiente. Mas a droga crua pode ser adicionada à comida, e os princípios ativos são facilmente extraídos com álcool ou gordura. Apesar de alguns usuários gostarem de comer maconha, a maioria prefere fumar por que dá menos trabalho e os efeitos vêm muito mais rápido. O maior risco com a ingestão é a super dosagem. Já que o estômago absorve a droga desordenadamente, a dose correta é difícil de estimar, e é fácil comer demais. Overdoses de cannabis são desagradáveis, apesar de não serem perigosas medicinalmente falando. Podem fazer as pessoas extremamente desorientadas e delirantes, como se estivessem com febre alta, e freqüentemente são seguidas de letargia e ressaca. Talvez por que o uso oral requeira uma preparação maior e produza efeitos mais fortes, pessoas que comem maconha têm menos chance de se tornarem dependentes do que pessoas que fumam.

Quer fumem ou comam, usuários tendem a misturar maconha com outras drogas, como álcool, depressivos, estimulantes e até alucinógenos. Os efeitos dessas misturas não são previsíveis, dependendo mais no indivíduo do que nas drogas. Já que a maconha não é tão potente ou tóxica como a maioria das outras drogas, não existe nenhum perigo farmacológico em misturar (tal como há em misturar álcool e calmantes). Mesmo assim, usuários devem saber que misturas as quais não estão acostumados podem causar efeitos indesejados.

Fumar maconha regularmente pode, ao longo do tempo, causar sérios danos ao trato respiratório, causando tosses secas crônicas que lembram as tosses de fumantes de tabaco. Além disso, a fumaça da maconha pode conter mais alcatrão que a do cigarro, e pode provavelmente causar doenças nos brônquios e pulmões em indivíduos susceptíveis. O risco depende de quanto se fuma e durante quanto tempo. Além da irritação respiratória, uso pesado de maconha não parece causar nenhum outro problema médico. Claro que avisos sobre os perigos da maconha foram bastante difundidos e publicados, com relatos de dano cerebral até problemas com os sistemas imunológico e reprodutivo, mas estes são baseados em fracas pesquisas normalmente conduzidas por passionais inimigos das drogas. Estudos de populações que fumaram cannabis por muitos anos não revelam nenhuma doença que pode ser relacionada com a maconha.

Muito se fala do fato que o tetrahidrocannabinol, ou THC, elemento químico mais ativo na resina da cannabis, se acumula na gordura corporal, permanecendo por semanas após a última dose de maconha. Apesar de isso ser verdade, e de ser muito diferente do padrão de rápida eliminação das drogas solúveis em água, não é um problema em si. Se o THC fosse uma droga muito tóxica, sua persistência na gordura corporal seria uma preocupação, mas THC e maconha são menos tóxicas* que a maio ria das drogas discutidas neste livro.

* (Maconha pode ser bastante tóxica se estiver contaminada com paraquat, um herbicida químico extremamente venenoso usado para matar plantas indesejadas. Em 1975 as agências antidrogas do governo americano começaram a encorajar oficiais no México a espalhar o veneno em helicópteros nos campos ilegais de maconha do país)

Problemas psicológicos relacionados ao uso contínuo da maconha também são sujeitos a controvérsia. Oponentes da droga a acusam de interferir na memória e funcionamento intelectual e dizem que leva a síndrome amotivacional - na qual pessoas perdem sua iniciativa e vontade de trabalhar. Não há dúvida que jovens que já não possuem muita motivação, normalmente fumam muita maconha e não fazem quase nada mais, mas é duvidoso que foi a maconha que os fez assim. Uso pesado de maconha é mais provável que seja um sintoma da falta de motivação do que a causa, e os mesmos jovens estariam provavelmente jogando o tempo fora de outras maneiras ou com outras drogas se a maconha não estivesse lá.

Em relação aos efeitos na memória e intelecto, usuários regulares geralmente dizem que a maconha torna suas mentes confusas e pode interferir na memória. Esses efeitos parecem desaparecer quando as pessoas diminuem o uso da droga ou param de vez. Dependência de maconha certamente ocorre e vem se tornado mais comum à medida que cresce o consumo da droga. Não se assemelha exatamente à dependência de qualquer outra droga psicoativa; na pior das hipóteses, dependência de maconha consiste em um ciclo de fumo, do momento que se levanta da cama até quando se vai dormir – um padrão muito similar ao dos fumantes de cigarro. Mas, sintomas dramáticos de abstinência não ocorrem quando pessoas de repente param de fumar, e o desejo pela droga não é nem de longe tão intenso como o do tabaco, álcool e narcóticos.

Mesmo o uso mais pesado de maconha não leva à heroína ou a qualquer outra droga. Muitos viciados em heroína fumaram maconha antes de experimentar opiáceos, mas poucos maconheiros usam narcóticos. Muitos viciados também bebiam álcool antes de descobrirem heroína, às vezes até bem jovens, e mesmo assim ninguém fala que álcool leva a heroína. A razão pra isso, logicamente, é que o álcool é aceito na sociedade, enquanto a maconha é uma droga “do mal”, o que atrai falsas atribuições de causalidade. Possivelmente, maconheiros têm mais chance do que caretas de experimentar alucinógenos e cocaína, por que em geral, as distribuições dessas drogas se sobrepõem de certa maneira, mas não há nenhuma qualidade na cannabis que induza usuários a consumir outras substâncias.

A adaptação à maconha torna possível que usuários aprendam a agir normalmente sob sua influência. Diferentemente do álcool, a maconha não deprime invariavelmente os reflexos e tempos de reação. Pessoas que não estão acostumadas aos efeitos não conseguirão dirigir carros ou realizar um grande número de tarefas rotineiras enquanto chapadas. Mesmo usuários experientes precisam de tempo para praticar determinada tarefa sob a influência de maconha até que consigam realizá-la satisfatoriamente. Alguns usuários sentem que a maconha os ajuda a concentrar-se e faz com que trabalhem melhor, mas mesmo estes precisam se adaptar aos efeitos da mesma. A maioria dos testes científicos mostra que a maconha reduz a performance em todos os sentidos. É simples chegar a estes resultados ao dar maconha para pessoas que não estão acostumadas, dar doses muito maiores que o normal, ou fazê-las executar tarefas difíceis, especialmente tarefas que nunca realizaram chapadas.

Muitos maconheiros dirigem carros, pilotam aviões, esquiam, mergulham, e se envolvem em atividades perigosas após fumarem. A maior parte se sai bem, pois são usuários experientes e com prática. Isso não muda o fato de que a maconha pode interferir drasticamente na performance em alguns casos. Erva e direção pode não ser uma combinação tão ruim como cerveja e direção para algumas pessoas, mas com certeza não é boa. Para adolescentes que dirigem mal (descuidadamente) para começo de conversa, pode ser especialmente perigoso.

Devotos da maconha gostam de discutir seus méritos, tentando persuadir outros de que se trata de uma droga realmente benéfica. De fato, a cannabis tem sido usada como remédio no passado e alguns médicos ainda a reconhecem com um medicamento valioso no tratamento de vários males. As leis federais americanas proíbem todos os usos da maconha, mas THC sintético está disponível para pesquisa, e em muitos estados dos EUA ela é legal para usos terapêuticos específicos.

Tanto THC como a maconha são bons tratamentos para náusea e vômito. Médicos têm as usado com sucesso com pacientes de câncer em quimioterapia, que envolve drogas muito tóxicas que freqüentemente causam irritação e embrulho no estômago. Esse efeito foi descoberto pela primeira vez em pacientes com leucemia que por acaso eram maconheiros. Cannabis também pode ajudar pacientes com asma a respirar melhor, mas se for fumada pode causar tosse. Também é um tratamento específico para o glaucoma, uma séria e doença dos olhos na qual a pressão interna dos olhos aumenta, causando cegueira. Finalmente, ela relaxa os músculos em uma condição chamada de paralisia espásmica que resulta de traumas cerebrais e doenças como a esclerose múltipla.

Apesar de muitos pacientes preferirem os efeitos da maconha aos do THC puro, as agências federais não permitem médicos a receitar a planta. Além disso, o THC não é o mesmo que a planta de maconha inteira e pode não ser tão seguro. Recentemente, várias empresas da indústria farmacêutica criaram drogas relacionadas ao THC e tentaram vendê-las como remédios antináusea. Em geral, eles são menos eficazes e mais tóxicos que maconha.

Fora esse usos específicos, muitas pessoas sentem que a maconha alivia vários sintomas de males menores, de dores de cabeça a cólicas menstruais. Provavelmente, eles usam a maconha para ficarem chapados e usam a chapação com uma maneira de tirar suas cabeças do desconforto. Às vezes, desviar a atenção de sintomas de um mal menor faz com que este desapareça. Quanto menos você usar maconha, maior é a probabilidade de ela funcionar como remédio.

Obviamente, o mesmo princípio se aplica a ficar chapado com erva. Quanto menos você usar, maiores e mais intensas vão ser suas experiências com ela. O grande perigo de fumar maconha é simplesmente que ela vai se afastar de você, se tornando mais e mais um hábito repetitivo e menos um jeito eficiente de alterar a consciência. A facilidade de integrar maconha com todas as atividades, de festas a esportes e ver televisão, favorecem o uso habitual. Da mesma maneira, tolerância aos efeitos interessantes da droga freqüentemente encoraja usuários a fumar mais, quando na verdade eles deveriam diminuir o uso para aumentar a sensibilidade. A ausência de efeitos negativos dramáticos, tal como ressacas, encorajam o uso ainda mais. A não ser que você imponha regras para quando e onde vai fumar, você provavelmente se encontrará fumando mais maconha do que deveria – até o ponto em que todos os efeitos interessantes da droga desapareçam e te deixem com um hábito inútil e persistente.

Política de redução de danos
Informações sobre o Uso da Maconha

1. Maconha é ilegal. Ser descoberto como fumante de maconha pode custar seu emprego e te trazer um monte de problemas. Fique ciente dos perigos associados em obter drogas ilegais.

2. Defina quais benefícios você deseja obter da maconha. Não a use apenas por que outras pessoas o fazem ou por que está disponível.

3. Se você obtém efeitos que gosta na maconha, vai ter que tomar precauções se deseja mantê-los.

4. Imponha limites ao uso. Por exemplo, você pode fumar apenas com certos amigos, só em fins-de-semana, ou apenas quando você não tem trabalho a fazer. Tais regras são necessárias se você quer prevenir que o uso se torne hábito e lhe dê pouco prazer.

5. Lembre-se que pode ser perigoso dirigir, operar máquinas ou realizar atividades perigosas sob a influência de maconha. A droga pode causar ilusões de espaço e tempo e sempre requer tempo para se acostumar.

6. Se você perceber que os efeitos da maconha estão se tornando menos intensos ou desaparecendo, pare de usar. Você pode voltar a fumar depois de um tempo. O truque é manter a freqüência abaixo do nível onde você se torna quase insensível aos efeitos interessantes da maconha na consciência. Estranho como possa parecer, menos é mais, e você pode facilmente provar isso a si mesmo.

7. Se você perceber que os efeitos que você gosta estão sumindo, o pior que você pode fazer é fumar mais ou procurar por bagulho mais forte. Essas ações vão só piorar o problema.

8. Considere usar maconha por ingestão de alguma maneira, ao invés de fumá-la. Dá mais trabalho comer e os efeitos são diferentes, mas o risco de dependência é menor.

9. Seja cuidadoso ao misturar maconha com outras drogas psicoativas.

10. Seja cuidadoso com o ambiente, e com seu estado de espírito especialmente se tiver experimentando pela primeira vez.

11. Não use maconha no trabalho ou na escola. A maioria das pessoas não beberia álcool nessas situações, e só por que é mais fácil fumar do que beber não é razão para fazê-lo. Em quanto mais situações você se permitir fumar, maior é a chance de você se tornar dependente.

12. Se você desenvolver uma tosse ou uma respiração ofegante, a maconha pode estar causando danos ao seu trato respiratório. Pare de fumar, diminua o uso ou passe a comer.

13. Se você achar que está usando maconha mais do que devia e não está mais obtendo os efeitos desejados, considere a possibilidade de que ela está controlando você mais do que você a ela. Tente parar por um tempo. Se você não conseguir, pode precisar de ajuda externa para tentar quebrar o hábito.

(Marijuana - do livro From Chocolate to Morphine de Andrew Weil)

GHB: Efeitos do ácido gama-hidroxibutírico (Ecstasy liquido)

O que é GHB e seus análogos?

O GHB é um poderoso depressor do sistema nervoso central, que o corpo humano produz em pequenas quantidades. Uma versão sintética de GHB foi desenvolvida em 1920 1, 2

Em 1960 foi usado como um anestésico e hipnótico em seres humanos na Europa, mas seu uso foi suspenso devido aos efeitos colaterais, especialmente convulsões e vômitos.

Após ser sintetizado como análogo do ácido gama-aminobutírico, objetivando conseguir uma substância similar, capaz de atravessar a barreira hemato-encefálica, em 1961 foi extensamente pesquisado por Henri Laborit, um investigador francês que pesquisava os efeitos do neurotransmissor inibitório GABA (ácido gama-aminobutírico) no cérebro.

O GHB (gamahidroxibutirato ou ácido gama-hidroxibutírico), nas ruas, também é chamado de Liquid Ecstasy (não é o 3-4 methylenedioxymethamphetamine ou MDMA), grievous bodily harm, G ou Gina, Liquid E, Liquid X, Gib, Cherry Meth, Água de Fogo, Zen ou Liquid Death.

Os análogos de GHB, que incluem GBL (gama butil-lactona), BD (1,4 Butanodiol [1,4-BD]), GHV, e GVL, são drogas que possuem estruturas químicas semelhante ao GHB. Estes análogos produzem efeitos similares àqueles associados com o GHB e são usados como substitutos. Os efeitos do GHB e análogos são os mesmos, sendo ainda mais intensos quando associados ao álcool ou aos inibidores da protease, especialmente ritonavir e saquinavir.

Os efeitos do GHB são semelhantes aos efeitos do ecstasy, mas age mais rapidamente e é mais potente.

Inicialmente provoca:

  • Desinibição,
  • Sensação de bem estar,
  • Euforia.
Como é o GHB?

GHB e seus análogos geralmente são comercializados (ilegalmente) na forma de um líquido incolor, com um sabor levemente salgado. Embora seja incomum, também existe o GHB em forma de um pó branco.

Como o GHB é usado/abusado?

GHB e seus análogos geralmente são ingeridos (via oral). Frequentemente são misturados a bebidas doces como licores.

Quem usa GHB e seus análogos?

Embora a informação sobre usuários seja limitada, sabe-se que o GHB é usado principalmente por jovens freqüentadores de raves. Nos estados Unidos os indivíduos de 18 a 25 anos são os que mais abusam do GHB, sendo esta faixa etária responsável por 58 por cento dos casos que exigiram algum tipo de intervenção médica.

Também é usado como estimulador do crescimento muscular, efeito que não foi comprovado cientificamente.

O uso de GHB entre estudantes de nível superior é alarmante. Quase dois por cento dos estudantes do ensino superior usaram a droga pelo menos uma vez no ano passado, de acordo com a universidade de Michigan.

Quais são os riscos?

Com o aumento da concentração sérica, podem ocorrer:

  1. Náuseas,
  2. Vômitos,
  3. Sedação,
  4. Desmaios,
  5. Hipotonia,
  6. Espasmos musculares,
  7. Alucinações,
  8. Perda do controle dos esfíncteres,
  9. Convulsões,
  10. Cefaléia,
  11. Enxaqueca,
  12. Sonolência e inconsciência,
  13. Confusão mental,
  14. Agitação,
  15. Insônia,
  16. Ansiedade,
  17. Tremor,
  18. Fraqueza,
  19. Diminuição do ritmo respiratório,
  20. Diminuição do ritmo cardíaco,
  21. Coma,
  22. Morte súbita causada por parada cárdio-respiratória.
Quando o GHB e seus análogos são usados juntamente com álcool ou com inibidores da protease é particularmente perigoso porque são realçados os efeitos depressores do GHB.

O uso contínuo de GHB ou de seus análogos pode conduzir a adicção, e os usuários crônicos experimentam sintomas de abstinência quando param de usar a droga. Estes sintomas incluem:

Ansiedade,
Insônia,
Tremores,
Taquicardia,
Delírios e
Agitação.

Os usuários podem experimentar estes sintomas dentro de 1 a 6 horas após a última dose, e os sintomas podem persistir por meses.

GHB associado a crimes

Além dos riscos próprios da droga, e devido a efeitos como amnésia e incoordenação motora, os indivíduos que usam GHB ou seus análogos se tornam presas fáceis de assaltantes.

O GHB, assim como o flunitrazepam, não tem odor com sabor imperceptível e, por isso, ambos têm sido usados como drogas facilitadoras de violências sexuais e roubos, graças ao efeito anestésico que paralisa mental e fisicamente a vítima.

São adicionados a bebidas (até mesmo refrigerantes) quando a vítima se distrai. Há dados que mostra que o GHB superou o flunitrazepam como droga facilitadora destes tipos de assaltos. No Brasil, este tipo de assalto, acompanhado ou não de violência sexual, é conhecido como "Boa noite, Cinderela" e, em geral, as vítimas são freqüentadores de bares e boates gays. Assim como em outros países, as denúncias são raras porque as vítimas não querem ser identificadas devido às circunstâncias em que estes fatos costumam ocorrer.

GHB e seus análogos são ilegais?

Sim, GHB e seus análogos são ilegais.

Embora o GHB e seus análogos tenham diversos usos na indústria, o consumo humano não é permitido (exceto em alguns países da Europa, sob supervisão médica). A posse, guarda, venda ou doação de GHB esta sujeita às penalidades previstas no código penal brasileiro, estas variam de contravenção a tráfico.

Dados controversos:
Especula-se que nos EUA a proibição do GHB foi motivada por um desejo de proteger a indústria farmacêutica, pois o GHB seria uma alternativa mais eficaz e com custo ainda menor do que os benzodiazepinicos, sendo ainda estudado seu uso na retirada alcoólica.